Os combalidos cofres do Inter terão um novo desafio em 2024. Conforme apresentado pela direção na reunião do Conselho Deliberativo desta segunda-feira (17), o clube terá um prejuízo de R$ 31 milhões por conta da enchente. Além disso, nos primeiros quatro meses do ano, o déficit acumulado é de R$ 98,6 milhões.
Estão incluídos neste valor de R$ 31 milhões os gastos com os reparos necessários no Beira-Rio e no CT do Parque Gigante, além dos custos extras com viagens, hospedagens e locação de estádios, em virtude deste período em que o Inter manda jogos fora de casa. Como se trata de uma situação ainda em andamento, o valor pode sofrer alterações.
Sem contabilizar o prejuízo da enchente, o Inter já havia registrado nos primeiros quatro meses do ano um déficit de R$ 98,6 milhões, valor R$ 30,9 milhões maior do que havia sido orçado pelo clube para o período. Isso significa que, para cumprir o orçamento, a direção terá que arrecadar mais ou gastar menos que o previsto no restante do ano.
Conforme o plano orçamentário aprovado pelo Conselho ao final do ano passado, o clube estimava um superávit de R$ 1,1 milhão para 2024. Contudo, o número pode ser revisto em virtude do gasto extra de R$ 31 milhões que o clube terá que arcar por conta da enchente, situação que ainda será analisada pelo Conselho de Gestão.
Na reunião, os números foram bastante criticados pela oposição. Segundo a direção, o gasto acima do previsto no primeiro quadrimestre do ano se deve uma série de razões, entre elas, a chegada antecipada de reforços que eram previstos para o meio do ano, a ausência da renda de bilheteria da terceira fase da Copa do Brasil (adiada pela enchente) e da final do Gauchão (uma vez que o orçamento não previa a eliminação na semifinal). Também estão incluídos a inadimplência acima do previsto no quadro social e gastos acima do orçado com obrigações contratuais, em virtude da rescisão de atletas como Gabriel e Carlos de Pena (que, segundo explicado pelos dirigentes, deve ser compensada ao longo do ano com a economia na folha salarial).
Também foi explicado aos conselheiros que o plano orçamentário, aprovado ainda em dezembro, levava em conta também o aumento na mensalidade, que ainda não ocorreu, e um contrato publicitário que entrará em vigor apenas no segundo semestre. Por isso, a direção acredita que que boa parte deste déficit será "dissipado" ao longo do outros meses do ano.
Projeto de captação de recursos
Para melhorar o perfil da dívida do clube, que está na casa dos R$ 600 milhões, a direção apresentou ainda um plano de debêntures, iniciativa inédita no futebol brasileiro. A ideia é captar cerca de R$ 200 milhões com a emissão de títulos no mercado, com o objetivo de reduzir os juros e o prazo de pagamento dos débitos. O tema ainda será avaliado pela mesa-diretora do Conselho Deliberativo e não há um prazo definido para votação.