Uma reunião nesta segunda-feira (27) entre os clubes da Série A do Brasileirão e das federações, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), debaterá algumas pendências da competição, do calendário e os reflexos do drama vivido pelas equipes gaúchas por conta das enchentes que atingem o Estado. Um dos tópicos levantados e que deve ser colocado em pauta é sobre não ter rebaixamento na edição de 2024. O Inter analisa o tema.
Em entrevista exclusiva à Rádio Gaúcha, o presidente Alessandro Barcellos explicou a posição institucional. Antes do encontro com os outros envolvidos, os gaúchos devem alinhar um consenso:
— É um tema bastante complexo. Temos conversado com Grêmio e Juventude. O fato é que há um desequilíbrio. O Inter não apresenta uma solução porque não há. Nenhuma que poderemos apresentar será a ideal. Não há como acabar com o desequilíbrio sem criar outros problemas para o futuro. Por isso temos que conversar com os clubes. Temos que encontrar a solução juntos — explicou.
Na sequência, o presidente colorado relembrou a dificuldade de fazer o Brasileirão parar por conta da tragédia no RS e a importância no posicionamento dos demais clubes.
— Foi muito difícil conseguir o adiamento de duas rodadas. No debate da Liga Forte, conseguimos uma maioria e mobilizar outros clubes. Mas não é uma medida suficiente. Algo mais forte vai depender de outros clubes da Série A — revelou o mandatário.
Há o temor de problemas judiciais futuros em virtude da mudança em curso do torneio. Desta forma, somente com unanimidade entre os clubes o assunto pode ser levado adiante.
Em outros temas, o Inter espera solidariedade pela situação enfrentada pelos gaúchos. Um auxílio financeiro da entidade que comanda o futebol nacional também não é descartado. Os três representantes do Estado na Primeira Divisão e o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman, terão uma reunião com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, antes do Conselho Técnico:
— Esperamos que a CBF e os demais clubes tenham o reconhecimento necessário da catástrofe que vivemos e possam buscar condições e mecanismos que reduzam nossos danos. Não só materiais e esportivos, mas psicológicos. Que a gente tenha esse acolhimento. Arrecadação de bilheteria, plano de sócios, locais para treinar e jogar. Isso ainda não calculamos. Felizmente tivemos o apoio da Leila Pereira para os jogos em Barueri. A presidente do Palmeiras e sua empresa vão custear — explicou.
O presidente será o representante colorado no encontro. Ele deixará a base montada em Itu, no interior de São Paulo, na madrugada da segunda-feira, para viajar ao Rio de Janeiro.