No Rio Grande do Sul, há uma pessoa em especial torcendo para que, de agora em diante, não saia mais gols e o campeão gaúcho seja decidido nos pênaltis. Michel, centroavante do Guarany de Bagé, aguarda ansiosamente o fim da competição para saber se será o primeiro jogador da história do Gauchão a ser três vezes artilheiro do campeonato. Foi o goleador em 2015, pelo Passo Fundo, e em 2018, pelo São Luiz.
Com cinco gols, lidera a tabela dos goleadores. É seguido de perto por Valencia (Inter), Lucas Barbosa e Gilberto (Juventude), que têm quatro. E há outros candidatos de todos os semifinalistas. É uma curiosidade, inclusive, que um campeonato com 11 rodadas tenha tanta distribuição nos gols. A seguir, analisamos as razões para tamanha divisão. E ficamos com a frase de Michel, entre risadas:
— Vou estar na frente da TV secando. Eles que vão fazer gol na Copa do Brasil, no Brasileirão, na Libertadores, na Sul-Americana... Deixem o Gauchão para mim.
A disputa de artilheiros na semifinal que envolve Inter e Juventude está acirrada. Os três principais candidatos a desbancar Michel do topo da lista fazem parte deste lado da chave. Valencia, do Inter, Gilberto e Lucas Barbosa, do Juventude, têm apenas um a menos do que o centroavante do Guarany de Bagé. Mas o que chama a atenção é a divisão: os 43 gols marcados pelos dois times contam com o carimbo de 21 jogadores diferentes.
Desde 2017, quando o Gauchão passou a ter 12 participantes e essa fórmula, ninguém chegou a 10 gols na competição. É uma característica do campeonato a distribuição da artilharia. A coincidência é que o último goleador a superar os dois dígitos foi justamente Michel, que marcou 11 em 2015, jogando pelo Passo Fundo.
Valencia é o principal concorrente do Inter
No caso colorado atual, Valencia desponta como principal concorrente. O equatoriano marcou três gols nos últimos dois jogos (e em ambos foi substituído na segunda etapa). Encontrou-se após um começo oscilante e a suspeita de lesão que teve no tornozelo ainda no Gre-Nal aparenta estar 100% curada.
Além dele, outros dois jogadores estão próximos, ambos com possibilidades claras de chegar. Alan Patrick é cobrador de pênaltis e faltas, Wanderson começou a temporada como goleador da equipe. Eles fazem parte de um time que cria chances em profusão, com uma média de 15 finalizações por partida.
Goleador do Gauchão de 1987 pelo Inter, Amarildo entende como normal essa diminuição de gols por uma figura específica. Segundo ele, o futebol atual divide mais as atenções. E como os Estaduais são mais curtos e disputados em um espaço de tempo menor acabam contribuindo para a redução de gols.
— Antes, tínhamos mais partidas. E no meu caso, o Inter da época jogava em função do centroavante que ficava mais ná area. Valencia, por exemplo, é um atacante móvel, que também ajuda os companheiros — resume.
Goleadores do Inter
- 4 gols - Valencia
- 3 gols - Alan Patrick, Wanderson
- 2 gols - Alario, Lucca, Mauricio
- 1 gol - Aránguiz, Bruno Henrique, De Pena, Hyoran, Igor Gomes, Pedro Henrique, Wesley, Biteco (contra)
Gilberto vive ótima fase
No Juventude, Gilberto precisou de apenas nove jogos para igualar o número de gols feitos na temporada passada, quando defendeu o Cruzeiro em 32 partidas. O centroavante foi destaque nos últimos confrontos marcando quatro gols, dois em cada duelo. Ele credita a ótima fase também a Roger Machado:
— Sou suspeito para falar do Roger, até porque com ele tive um dos melhores anos da minha vida no futebol, fazendo 29 gols na temporada (no Bahia). Tenho de mostrar isso em campo, me doando por ele, trabalhando para que consiga desempenhar o melhor trabalho possível.
O Jaconi verá um confronto de ataques incansáveis neste domingo. E Michel terá bastante trabalho para secar os concorrentes.
Goleadores do Juventude
- 4 gols - Gilberto, Lucas Barbosa
- 3 gols - Erick
- 2 gols - Jean Carlos, Mandaca
- 1 gol - Jadson, João Lucas, Rildo, Guilherme Santos (contra)