Todo clube de futebol tem um desafio enorme: engajar a gurizada entre 12 e 17 anos para participar na arquibancada. As crianças são levadas pelos pais, e os adultos seguem a tradição, mas os adolescentes — que em maioria não podem trabalhar e normalmente não vão com os pais — abandonam o estádio no momento em que passam a ter mais autonomia.
Por que isso acontece? Um dos motivos é a falta de atratividade do espetáculo do futebol. Para além do jogo, que muitas vezes é modorrento, não há mais nada. Não é necessário um grande espetáculo, como um show a cada intervalo, mas quem organiza o evento precisa pensar em algo além do campo e da bola. Outra razão é que adolescentes jogam menos futebol para além das atividades escolares, especialmente nas classes mais altas, porque há mais opções de diversão.
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A adolescência é um período de socialização e descoberta, e isso deve ser pensado ao elaborar políticas para engajar os mais jovens no estádio. O Inter pode, por exemplo, posicionar-se em frente a escolas, ou em locais de encontro dos jovens (como shoppings, paradas de ônibus, lanchonetes de comida barata) para convidá-los a ir ao Beira-Rio. Mesclar promoções de produtos com ingressos de jogos também pode ser uma boa pedida.
Não adianta simplesmente diminuir os preços e publicar notas no site. O adolescente está cada vez menos engajado com futebol - e vai se tornar um adulto mais distante, esvaziando os estádios.