O atacante Paolo Guerrero desistiu de defender as cores do Universidad César Vallejo, do Peru, por causa de ameaças feitas à sua mãe, conforme informado por César Acuña, dono do clube e governador da região de La Libertad, em entrevista a veículos peruanos na terça-feira (13).
A contratação já havia sido anunciada. Seria a primeira vez que Guerrero jogaria em seu país natal, por isso havia muita expectativa, mesmo ele já tendo 40 anos.
Acuña contou que o atacante pediu o rompimento do contrato e disse que está trabalhando em um acordo para ter uma rescisão amigável.
— Eu entendo o Paolo. No mesmo dia em que ele assinou o contrato, criminosos fizeram ameaças à mãe dele. Acho que ele está avaliando, está pensando: "É a família ou o futebol". Eu faria o mesmo. Ligaram para a mãe dele e a ameaçaram — afirmou o dirigente.
A preocupação se dá em razão da onda de violência vivida pelo Peru. Trujillo, capital de La Libertad e terceira cidade mais populosa do país, decretou toque de recolher durante à noite e limitou diversas liberdades individuais por 60 dias.
Os casos envolvem extorsão, sequestro e assassinatos. No dia 24 de janeiro, o corpo de um empresário apareceu em uma área distante de Trujillo. Em seu abdômen foi escrita a frase: "por não pagar integralmente".
Durante o ano passado, o Ministério Público do Peru registrou mais de 2.273 denúncias de extorsão em diferentes negócios. Em alguns casos, os desfechos foram explosões de granadas, dinamite e carros incendiados.
Paolo Guerrero, que defendeu o Inter de 2019 a 2021, é ídolo máximo no Peru, mas nunca chegou a atuar profissionalmente em um clube do país. Foi ainda jovem para Alemanha, onde se profissionalizou no Bayern de Munique e jogou também no Hamburgo. Veio para o Brasil em 2012 para vestir a camisa do Corinthians. Também jogou por Flamengo e Avaí no futebol brasileiro. Suas últimas equipes foram o Racing, na Argentina, e a LDU, no Equador.