Começa nesta terça-feira, a partir das 19h, a eleição para a presidência do Inter. Os 338 integrantes do Conselho Deliberativo votarão pela permanência de Alessandro Barcellos (Chapa 1) no comando ou pelo retorno de Roberto Melo (Chapa 2) ao clube. O pleito será encerrado às 21h. Para que não haja segundo turno, um dos dois terá de obter 85% dos votos, o que não é a tendência. Assim, caberá aos associados, em 9 de dezembro, a definição dos dirigentes para o triênio 2024-2026.
É possível deduzir que haverá segundo turno a partir do cenário costurado pelos dois candidatos. Houve conversa com todos os movimentos políticos e a consolidação de duas bases.
Alessandro Barcellos integra o movimento Academia Colorada e conta com apoios do Convergência Colorada e do Inove Inter, que já compõem a atual direção, e ainda do Povo do Clube, que fará parte de uma eventual futura gestão.
O ex-vice de futebol e candidato de oposição Roberto Melo faz parte do Inter Grande e conta com os apoios de Avante Inter, DNA Colorado, Inter Maior, Colorado Eu Sou e União Colorada.
Com base na última disputa acirrada entre os dois blocos, dá para prever um placar apertado na eleição desta terça. Em julho, o clube se dividiu entre aderir à Liga Forte Futebol (LFF) e à Libra. Cada grupo apoiava uma. A vitória foi de Barcellos por 157 a 145. O placar da eleição do conselho deliberativo, porém, pouco interferirá na eleição do "pátio" (nome que costumava acompanhar o pleito dos sócios). O que o número dos conselheiros reflete é muito mais a divisão que o clube vive — e que já se arrasta por mais de uma década.
Os dois candidatos falaram com GZH sobre os planos para a gestão. A seguir, as respostas de cada um sobre as motivações para ser candidato a presidente do Inter.
Disse Alessandro Barcellos:
— Quero ser presidente porque a nossa obra está incompleta. Em 2021, o sócio colorado iniciou um novo ciclo de gestão, e nestes três anos fizemos um enorme esforço para arrumar a casa, interromper o crescimento da dívida, herdamos a maior da história, e colocar o clube num novo caminho de crescimento e vitórias. Tenho uma dívida com o torcedor. A pandemia atrasou um pouco os nossos planos, demoramos a encontrar nosso modelo dentro e fora de campo, mas agora vamos em frente para fazer aquilo que ainda não foi feito: voltar a vencer títulos relevantes. Agora podemos sonhar alto se mantivermos o caminho que traçamos ao lado do sócio neste primeiro mandato. O Inter é um todo e esse todo está avançando. Hoje o clube já é outro, mais forte e pujante, e nos próximos três anos será ainda maior e melhor. É para completar este trabalho, ao lado de um conselho de gestão plural e conectado ao torcedor, que quero ser presidente. Não fizemos tudo, mas fizemos muito. Não é hora de retroceder, queremos ir em frente. Pelo Inter e pela torcida.
Disse Roberto Melo:
— Quero ser presidente porque estou preparado para isso. Aliás, me preparei dentro e fora do clube. Fora, com diversos cursos, entre eles os de executivo de futebol da CBF e do Foothub e de dirigente de Futebol da Federação Portuguesa de Futebol. Dentro, com um histórico de mais de 11 anos de experiência em diversas áreas do clube, sendo sete anos no departamento de futebol. Tenho a certeza de que estou absolutamente preparado para estar à frente do Internacional no próximo triênio.
O primeiro capítulo dessa disputa será nesta terça. Apenas protocolar, mas não deixa de ser uma parte da história.