Mais uma vez, o Inter recomeça. Sob comando de Mano Menezes, é a terceira vez que isso pode ser dito. Depois das quedas para o Melgar, na Copa Sul-Americana do ano passado, e para o Caxias no Gauchão 2023, é hora de tentar se reerguer após a eliminação na Copa do Brasil. O desafio é pelo Brasileirão, contra o Santos, 21h na Vila Belmiro. É recém a nona rodada, mas a posição atual, 13º na tabela, causa preocupação.
Nos anos anteriores, houve respostas positivas, dentro das possibilidades. Em 2020, Abel Braga encontrou a equipe justamente depois de cair na Libertadores para o Boca Juniors e na Copa do Brasil para (que ironia) o América-MG. Com os ajustes, conduziu a equipe com chances de título brasileiro até o último segundo do campeonato, o que só não ocorreu pelo impedimento de Edenilson.
Em 2021, a eliminação na Copa do Brasil deixou insustentável a situação de Miguel Ángel Ramírez. O espanhol foi trocado por Diego Aguirre. Se não brilhou no Nacional, ao menos teve um desempenho seguro e não correu riscos. Em 2022, pouco depois de ser eliminado pelo Globo-RN, trocou Alexander Medina por Mano Menezes. E manteve o gaúcho no comando mesmo com a saída da Sul-Americana. Ele adaptou a equipe e, com calendário mais folgado do que os concorrentes, chegou ao segundo lugar.
O jogo contra o Santos é o primeiro da última semana antes da parada da data Fifa, considerada pelo Inter como um marco na temporada. Esses 11 dias sem jogos, de 11 a 22 de junho, serão fundamentais na recuperação física e no recomeço de um trabalho criticado pela própria comissão técnica.
Depois dos santistas, os colorados terão pela frente o Nacional-URU, em Montevidéu, e o Vasco, pelo Brasileirão, em casa. O retorno da temporada será diante do Coritiba, fora de casa. Neste dia, são esperadas as reestreias de Gabriel e Aránguiz. E uma semana mais tarde, haverá a abertura da janela, com a chegada de Enner Valencia e possíveis outros reforços. Ao todo, faltam sete confrontos até julho. Será preciso ter um junho melhor do que foi maio, o pior período de Mano à frente do Inter.
A abertura do mês será na Vila Belmiro, um palco hostil aos colorados. Foram apenas três vitórias na casa do Santos, em 2014, 2016 e 2018. Mas trata-se de um bom momento para voltar a vencer. Em 2023, o Santos não chegou à segunda fase do Paulistão, está quase eliminado da Copa Sul-Americana e caiu da Copa do Brasil no mesmo dia do Inter. Aliás, está uma posição acima, com um ponto a mais.
E o comando é bastante identificado com o Inter. Odair Hellmann é o técnico, Falcão o coordenador. Ambos estão bastante pressionados.
— Não sei qual o papel dele (Falcão) até agora. Não me agrada a posição dele como coordenador. Recentemente, disse que três contratados foram indicação do presidente? Então, o que ele está fazendo? Outra vez disse que dezenas de jogadores negaram o Santos e, no dia seguinte, o presidente disse outra coisa totalmente diferente na reunião do conselho — conta Ademir Quintino, repórter da Rádio Energia e setorista do clube há 27 anos.
Será esse o cenário de mais um recomeço. Mano evita falar em virada de chave, porque essa expressão já não funcionou outras vezes. Mas é exatamente isso que ocorre no Inter. Mais uma vez.