A segunda passagem de Taison pelo Beira-Rio, que teve fim neste final de semana, foi cercada de polêmicas. No sábado, o Inter comunicou de forma oficial a antecipação da rescisão de contrato com o jogador — que deve seguir sua carreira no Paok, da Grécia. Ainda que a nota tenha falado em comum acordo para a antecipação do fim do vínculo, que venceria em abril, o atleta expôs logo depois sua insatisfação com a diretoria colorada.
Ainda no sábado, o jogador campeão da Libertadores de 2010 pelo Colorado participou de uma live com o criador de conteúdo Gustavo "Paivinha" Paiva e contou alguns bastidores de sua rescisão contratual com o clube. Taison revelou não apenas mágoa com o presidente Alessandro Barcellos, como deixou claro que não faz questão de manter nenhum contato com o dirigente responsável pela sua contratação em abril de 2021.
— Não levo ódio, mas tu não tens noção do que eu passei para vir. Imagina, Paivinha, todos os dias eu te ligando e tu ganhando bem, sendo capitão do teu time, disputando Liga dos Campeões e Liga Europa. Eu fui eleito um dos 20 melhores jogadores que disputavam a Liga Europa e o cara (Barcellos) te ligando e te convidando para vir. Rescindi meu contrato lá, deixei um monte de dinheiro para acontecer isso agora? — questionou Taison.
O atleta se queixou da forma como foi tratado na segunda passagem pelo Inter. Taison também criticou a direção por questões envolvendo premiações a funcionários. Sobrou até para o ex-companheiro Yuri Alberto.
— O que fizeram eu nunca imaginei que fossem fazer. Se eu fosse um “fdp”, eu daria uma entrevista segunda-feira (hoje) falando tudo que os caras fazem com pessoas que não merecem. Mas eu não sou assim. Eu saí de lá e pedi para que eles cuidassem dos roupeiros e dos massagistas, porque eles são o Inter. Não são os jogadores e não são os diretores, porque tudo isso muda — afirmou o atleta que seguiu dizendo que os funcionários não receberam da diretoria o tradicional racha (vaquinha feita pelo clube e jogadores com premiações, ao fim da temporada de 2022).
— Os caras não tiveram nem "ratatá" de premiação. Quem fez isso fomos nós jogadores e eu que tirei do meu bolso para dar a eles. Quando tu tá sendo útil para eles (diretoria), está tudo tranquilo e tudo lindo. Eu falei na cara dele (Barcellos), eu deveria ter feito o mesmo que o Yuri Alberto fez. Jurou em uma segunda que jogaria aqui, na quarta foi anunciado pelo Corinthians e botou o DVD nas redes sociais. Vocês gostam de jogador assim — citou.
A reportagem de GZH procurou contato com Alessandro Barcellos, mas o dirigente optou por não se manifestar sobre as declarações de Taison.
Polêmicas no último ano
O último ato de Taison foi de polêmicas, algo que marcou seu último ano no clube. Ainda no gramado da Arena após o Gre-Nal vencido pelo Inter com gol dele, mas que não impediu a eliminação na semifinal do Gauchão, o camisa 7 deixou cara sua insatisfação com alguns companheiros.
— Agora é hora de corrigir os erros e conversar para ver quem quer ficar aqui de verdade. A gente ficou fora do Gauchão por erro nosso. Temos que seguir trabalhando, ver o que podemos fazer. Como falei antes, quem não quer estar aqui, é melhor sair. Queremos um grupo fechado, um grupo que possa conquistar coisas grandes — declarou após o jogo disputado em março.
Menos de três meses depois, outra vez o jogador esteve no alvo das críticas. Isso porque ele foi apontado como o idealizador da greve feita pelos atletas antes de um treinamento por conta de atraso no pagamento de direitos de imagens. Taison sempre negou ter sido o líder do movimento. Na manifestação de sábado durante a live, o atleta criticou a diretoria por, segundo ele, não ter lhe defendido
— Eram 33 jogadores sentados no vestiário falando que não queriam treinar e sobrou para quem? Para o Taison. Se o culpado sou eu? Beleza. O presidente não teve a coragem de falar em uma entrevista que não fui eu, e eu segui apanhando que nem criança — cobrou.
Taison é esperado na Grécia na quarta-feira para fazer exames e assinar um contrato de um ano e meio com o Paok. O Inter seguirá sua preparação para o Gauchão tendo em Alan Patrick e Maurício seus prováveis meias titulares, condição que agora ex-camisa 7 havia perdido desde a chegada de Mano Menezes. O tempo mostrará se as últimas polêmicas fora do campo terão algum efeito no vestiário do Beira-Rio.