Os desdobramentos da saída de Taison do Inter seguem repercutindo entre os torcedores do clube. Ainda no sábado (7), o meia-atacante colorado participou de uma live com o criador de conteúdo Gustavo "Paivinha" Paiva e contou alguns bastidores de sua rescisão contratual com o Colorado.
Revelando uma grande mágoa com o presidente do Inter, Alessandro Barcellos, o ex-camisa 7 do clube afirmou que não gostaria de ver o mandatário colorado "nem pintado de ouro" em sua frente. Procurada pela reportagem de GZH, a direção colorada não havia se manifestado até a publicação desta matéria.
Em meio à conversa com o Paivinha, que utiliza suas lives para transmitir os seus jogos de FIFA, jogo de futebol virtual desenvolvido pela EA Sports, o agora ex-capitão colorado recordou sua saída do Shakhtar Donetsk e tudo que ele fez para retornar ao Beira-Rio, em 2021.
— Não levo ódio, mas tu não tens noção do que eu passei para vir. Imagina, Paivinha, todos os dias eu te ligando e tu ganhando bem, sendo capitão do teu time, disputando Champions League e Europa League. Eu fui eleito um dos 20 melhores jogadores que disputavam a Europa League e o cara te ligando e te convidando para vir. Rescindi meu contrato lá, deixei um monte de dinheiro para acontecer isso agora? — comentou Taison.
O atleta ainda se queixou da forma como foi tratado durante sua segunda passagem no Inter. Lamentando a rescisão contratual com o clube, Taison ressaltou que, em sua despedida, apenas pediu que cuidasse bem dos roupeiros e massagista do clube.
— O que fizeram comigo no clube, eu nunca imaginei que fossem fazer. Se eu fosse um FDP, eu daria uma entrevista segunda-feira (9) falando tudo que os caras fazem com pessoas que não merecem. Mas eu não sou assim. Eu saí de lá e pedi para que eles cuidassem dos roupeiros e dos massagistas, porque eles são o Inter. Não são os jogadores e não são os diretores, porque tudo isso muda. O seu Gentil está lá no Inter há 40 anos — comentou o atleta que completa dizendo que os funcionários não receberam da diretoria, o tradicional racha (vaquinha feita pelo clube e jogadores com premiações, ao fim da temporada de 2022).
— Os caras não tiveram nem um "ratatá" de premiação. Quem fez isso fomos nós jogadores e eu que tirei do meu bolso para dar a eles. Para ter noção, se eu abrir a minha boca na imprensa para falar tudo que eu sei, eles estariam f******. Mas eu não farei isso porque não é do meu caráter. Futebol é f*** — concluiu.
Os episódios da greve e da tentativa de retorno de Yuri Alberto em 2022 também foram comentados por Taison. Utilizando o exemplo da não vinda do centroavante a Porto Alegre, o meia-atacante destacou que, em meio às conversas com Alessandro Barcellos, disse que a atitude tomada pelo agora jogador do Corinthians é o que os dirigentes do Inter gostam.
— Quando tu tá sendo útil para eles, tá tudo tranquilo e tudo lindo. Eu falei na cara dele, eu deveria ter feito o mesmo que o Yuri Alberto vez com vocês. Jurou em uma segunda-feira que jogaria aqui e na quarta-feira foi anunciado pelo Corinthians e botou o DVD nas redes sociais. Vocês gostam de jogador assim — recordou Taison que também falou sobre o episódio da greve:
— Botaram tudo no meu. Eram 33 jogadores sentados no vestiário falando que não queriam treinar e sobrou para quem? Para o Taison. Se o culpado sou eu? Beleza. O presidente não teve a coragem de falar em uma entrevista que não fui eu, e eu segui apanhando que nem criança.
Finalizando, Taison lamentou o fato de que não participará do futuro do Inter. Ressaltando o fato de que é torcedor do clube antes de qualquer coisa, o agora jogador do PAOK-GRE revelou conversar com Nimar, onde o ex-atacante colorado disse os motivos que fazem com que ele não esteja mais presente no Beira-Rio.
— O Nilmar falou que não frequenta muito isso aqui porque sei como é. E isso vai acontecer comigo. É uma pena, porque eu sou muito colorado. Eu era um torcedor, eu vivi muito aquilo ali — comentou.
O criador de conteúdo de futebol virtual, Paivinha, ainda questionou Taison se ele baixaria o salário para permanecer no Inter. Durante a resposta, o ex-jogador colorado comentou que, além de baixar os vencimentos, buscaria seu espaço entre os titulares. Também comentou que se tivesse más intenções teria aceitado uma proposta de um clube de São Paulo, mas não revelado pelo camisa 7.
— Eu falei para eles que eu baixava o salário. Falei que eu brigaria para ser titular. Mas aí eles seguiram falando que não me queriam, aí eu aceitei. Aí quando eu falei que não iria ficar mais, o telefone tocou milhões de vezes, graças a Deus. Seu eu fosse um filho da mãe, tinha ido para São Paulo — finalizou.