"Garoto-Dinamite explodiu". A manchete do Jornal dos Sports ajudou a consolidar um dos apelidos mais icônicos do futebol brasileiro. O título publicado na edição de 26 de janeiro de 1971 exaltava o primeiro gol como profissional de Roberto Dinamite, morto neste domingo (8), aos 68 anos, vítima de um câncer de cólon, assim como Pelé. A contagem de 708 gols com a camisa do Vasco foi aberta no Maracanã diante do Inter, pelo Campeonato Brasileiro.
As primeiras vítimas do então garoto de 17 anos foram o goleiro colorado Gainete e o zagueiro Pontes. O lance ocorreu aos 27 minutos do segundo tempo. A jogada foi descrita recentemente pelo ex-jogador em entrevista à TV Globo.
— Eu peguei uma bola, cortei o Pontes, que era o quarto-zagueiro, e bati forte. A bola estufou e levantou a rede — relembrou.
Era a sua estreia no Maracanã, o terceiro jogo com a camisa cruz-maltina. O primeira foi na derrota por 1 a 0 para o Bahia, pela última rodada da primeira fase do Brasileirão daquele ano. No início da segunda etapa do torneio, ele foi titular diante do Atlético-MG. O periódico carioca destacou em nota que "Vasco escala o Garoto-Dinamite". Mas a partida não teve explosão. O Galo venceu por 2 a 1 e o gol vascaíno foi marcado por Ferreti, substituto do futuro ídolo no segundo tempo.
A mudança foi mantida para o jogo contra o Inter. Ferreti foi titular e Roberto, banco. No começo do segundo tempo, Buglê abriu o placar para os cariocas. Na sequência, saiu o 2 a 0 e, ali, surgia Roberto Dinamite. A derrota custou caro aos colorados.
Apesar do estouro de Dinamite, o Vasco terminou na lanterna do grupo. O Inter chegou à última rodada precisando vencer o Atlético-MG por goleada, no Mineirão. Apesar da derrota por 1 a 0, os mineiros avançaram ao triangular final, junto com São Paulo e Botafogo e, com duas vitórias, se sagrou campeão nacional pela primeira vez.