O bom da esperança é ela ser renovável. E, mesmo quando surge como um grão de areia em meio a um deserto de improbabilidade, animar quem olha para frente. É o caso do Inter após vencer o Santos por 1 a 0, sábado (1), resultado que recolocou o time na segunda colocação.
A vitória e atuação, sobretudo nos primeiros 45 minutos, apagaram a impressão deixada diante do Bragantino, além de regenerarem a expectativa de que alcançar o Palmeiras ainda seja possível, mesmo que exista só um pontinho vermelho de esperança em meio a uma floresta verdade neste Brasileirão.
A nove jogos do fim da competição, com uma desvantagem substancial para o líder, será preciso manter o desempenho invicto iniciado em 11 de agosto e torcer por múltiplos tropeços do time de Abel Ferreira. O primeiro deles na noite desta segunda-feira (3), quando o time paulista pisará no gramado do Engenhão para enfrentar o Botafogo, às 20h.
A vitória conquistada no fim de semana no Beira-Rio encurtou a distância para sete pontos. Se a diferença for mantida no fechamento desta 29ª rodada, os colorados podem olhar para frente com um pouco mais de otimismo em relação a uma possível briga pelo título.
Na última rodada, Inter e Palmeiras se encontrarão. Projetando vitória no confronto derradeiro, a desvantagem a ser tirada seria de quatro pontos em oito partidas.
— Claro que vou (secar o Palmeiras). Eles estão ali na frente, nós ali atrás. Então, qualquer brecha deles a gente fica feliz. Vamos continuar fazendo a nossa parte — destacou o centroavante Alemão.
Se a esperança pode ser pouco palpável, a tendência se apresenta como um elemento mais concreto. Essa "materialidade" dá a confiança de que um lugar na Libertadores está muito próximo, até mesmo diretamente na fase de grupos. Com 53 pontos, o Inter tem 10 de vantagem para o Atlético-MG, sem ter um confronto direto contra o Galo. As zonas de classificação (G-4 e G-6) ainda podem ser esticadas dependendo do que acontecer nas finais da Copa do Brasil e do próprio torneio continental.
Mais do que números, o ânimo para seguir com pensamento em possibilidades mais graúdas recai na atuação da equipe no fim de semana. Após a apatia da quarta, a equipe mostrou maior vigor para enfrentar o Santos. O resultado foi uma atuação com bom volume ofensivo na primeira metade do jogo. No segundo tempo, a atuação esteve mais focada em controlar o adversário do que em ampliar a vantagem. O intento foi atingido com êxito, para a felicidade de Mano Menezes.
— Feliz por estar entregando aquilo que o torcedor que veio ao estádio queria ver — resumiu o técnico.
Sem ser explicito, o treinador deixou nas entrelinhas que Keiller assumiu a titularidade do gol, mesmo quando Daniel se recuperar da lesão sofrida no olho. O novo dono da meta teve mais uma atuação segura e fez uma defesa que mostrou elasticidade quando foi exigido.
— O fato de eu defender um não quer dizer que o outro não irá jogar. O campo é quem manda, e assim o treinador terá o respeito pelo grupo — ponderou.
O fim de semana não foi apenas de boas novas para o comandante colorado. A semana começa com dois desfalques certos para enfrentar o Flamengo. Johnny, que recém retornou da seleção americana, recebeu o terceiro cartão amarelo e cumprirá suspensão automática.
Gabriel rompeu os ligamentos do joelho direito nos minutos finais da partida de sábado e ficará fora do time por oito meses. Liziero, alternativa no segundo tempo contra o Santos, e o ainda vaiado Edenilson, são os mais cotados para preencherem as lacunas na escalação.
Mas, até para resolver os problemas, a esperança pode ajudar Mano Menezes.