A acusação de injúria racial de Edenilson contra o lateral-direito do Corinthians Rafael Ramos marcou a partida entre Inter e o clube paulista no último sábado (14), no Beira-Rio, pela sexta rodada do Brasileirão. Após a partida, uma sequência de fatos se sucedeu nos corredores do estádio colorado. O jogador colorado diz ter sido chamado de "macaco". O corintiano nega, alegando que falou um palavrão e foi mal interpretado devido ao seu sotaque, já que é português. GZH faz uma linha do tempo a partir dos 30 minutos da etapa final do jogo que terminou empatado em 2 a 2.
A denúncia de Edenilson
O camisa 8 colorado reclamou de ter sofrido uma injúria racial após uma disputa de bola com o lateral-dierito do Corinthians. Edenilson procurou o árbitro relatou ter ouvido a injúria. A partida ficou parada por quatro minutos, até que o juiz entendesse o ocorrido e conversasse com os envolvidos. Assim que a partida foi encerrada, Cauê Vieira, vice-presidente de relacionamento social do Inter, buscou a Polícia Civil e três policiais foram ao vestiário colorado.
Súmula com duelo de versões
O documento trouxe o relato do árbitro Bráulio da Silva Machado sobre a confusão entre Edenilson e Rafael Ramos. O juiz informou no documento que ele e o restante da equipe de arbitragem não ouviram o teor das ofensas que teriam sido ditas pelo jogador do Corinthians para o atleta colorado por conta do barulho do estádio e da distância que estavam do lance.
Conforme o árbitro do jogo, Edenilson ouviu "foda-se, macaco". O relato do árbitro diz que Rafael Ramos foi ouvido no campo e negou ter usado a expressão. Afirmou ter dito "foda-se, caralho".
Preso em flagrante, mas liberado com fiança
Após prestar depoimento, o lateral foi preso em flagrante em posto policial no Beira-Rio. A prisão foi motivada pelo depoimento de Edenilson e também pelas informações contidas na súmula da partida. Rafael Ramos só foi liberado após o pagamento de fiança de R$ 10 mil. O jogador responderá em liberdade, mas a Polícia Civil abrirá inquérito para investigar acusação de injúria racial.
Pedido de perícia pela Polícia Civil
Conforme a delegada Ana Luiza Caruso, responsável pela 2ª Delegacia de Polícia Civil de Porto Alegre, o Instituto Geral de Perícias (IGP) será acionado para a realização de uma leitura labial, avaliando as imagens do ocorrido.
O que diz a defesa do jogador do Corinthians
Advogado contratado para auxiliar na defesa de Rafael Ramos, Fabiano Cerveira reiterou que o jogador não cometeu o ato criminoso e garantiu que o português se colocou desde o início à disposição para esclarecer o fato. O advogado sustenta que Rafael Ramos fez um xingamento a Edenilson usando o termo "caralho" e não "macaco".