Advogado contratado pelo Corinthians para auxiliar na defesa de Rafael Ramos no caso de injúria racial contra Edenilson, Fabiano Cerveira concedeu entrevista ao programa Sala de Domingo, da Rádio Gaúcha, nesta tarde. Ele reiterou que o jogador não cometeu o ato criminoso e garantiu que o português se colocou desde o início à disposição para esclarecer o fato.
— O atleta Rafael prestou todos os esclarecimentos à autoridade policial. Ele relatou que foi um mal entendido, que ele jamais proferiu palavras injuriosas e que o Edenilson deve ter mal interpretado aquilo que foi dito, até pelo sotaque do Rafael. Inclusive, o Rafael procurou o Edenilson após o término do jogo para entender o que estava acontecendo. Eles conversaram. O Rafael e o clube deixam muito claro que ele jamais proferiu palavras injuriosas e que repudiam qualquer conduta racista. Ele prestou relato ao delegado, falou com a imprensa. Ele está à disposição, prestou todos os esclarecimentos, o que de fato aconteceu — declarou.
O advogado sustenta que Rafael Ramos fez um xingamento a Edenilson usando o termo “mano, caralho” e não mencionou a palavra “macaco”. Cerveira garante que Ramos em nenhum momento tratou Edenilson como mentiroso e sim o caso como um mal entendido. Na súmula da partida, porém, o árbitro Bráulio da Silva relatou diferente. Segundo o juiz, Rafael Ramos no campo defendeu-se da acusação de Edenilson dizendo que havia usado o xingamento “foda-se, caralho”.
— É de total interesse que essa situação seja explicada o mais rápido possível. Ele está muito abalado, jamais passou por uma situação como essa. Ele relatou que não chamou o Edenilson de mentiroso, mas que o Edenilson ouviu errado, foi mal interpretado, inclusive por essa questão da língua, do sotaque. Essas questões foram todas esclarecidas à autoridade policial. A autoridade policial colocou as questões e o Rafael, de forma espontânea, disse que "sim”, que ele queria relatar todo o ocorrido. O depoimento dele foi muito claro. Foi na linha do que o delegado relatou do termo que ele comentou. A fiança não é assumir culpa, é uma questão procedimental — afirmou Cerveira, que ressaltou que ao final do processo, em caso de absolvição, Rafael Ramos irá pedir o reembolso do valor da fiança:
— O Rafael deu todos os esclarecimentos de que não praticou esse ato. A súmula será um dos elementos que vamos usar para mostrar que o Rafael não cometeu o ato de injúria. Isso eu gostaria de deixar muito claro nesta conversa.
Na madrugada de domingo, Rafael Ramos se manifestou em suas redes sociais e voltou a negar que tenha cometido a injúria racial.