Pouco conhecido no Brasil, o adversário do Inter na Copa Sul-Americana já foi assunto na imprensa brasileira no passado. Em 1982, o 9 de Octubre-EQU deu passo ousado e contratou o ídolo da Seleção Brasileira, Jairzinho, o Furacão da Copa de 1970. Mesmo sem conquistar títulos naquela temporada, a equipe ganhou fama continental pela primeira vez na história.
— Levei o time a ser conhecido no mundo todo e especialmente no Brasil. Até então, o clube não era conhecido. Sem dúvida foi uma passagem rica e emocionante para mim e positiva por ter ajudado a promover o Equador — disse Jairzinho a GZH.
Se não rendeu troféus, a passagem do ídolo da Seleção foi um marco na história do 9 de Octubre. Nos dois anos seguintes, 1983 e 1984, o clube de Guayaquil sagrou-se vice-campeão equatoriano, garantindo vaga nas Libertadores de 1984 e 1985. Na ocasião, o time passou a ser chamado de "Super 9", apelido que o acompanha até hoje.
Porém, Jairzinho não foi o único nome ligado a Seleção Brasileira que fez história no 9 de Octubre. Na melhor fase do clube, nos anos 1980, o técnico era o carioca Otto Vieira, multicampeão nos anos 1940 pelas divisões de base do Fluminense, e auxiliar do técnico Flávio Costa no comando da Seleção Brasileira na Copa do Mundo 1950.
Morto no Rio de Janeiro em 1991, Vieira é considerado um dos principais nomes da história do futebol equatoriano. Como técnico do Barcelona nas décadas de 1970 e 1980, "Mandrake", como era conhecido no Equador, foi três vezes campeão nacional, recorde para o clube de Guayaquil. Além disso, classificou o Barcelona para duas semifinais de Libertadores, em 1970 e 1971.
Hoje, o 9 de Octubre não conta com um ídolo do quilate de Jairzinho e nem com um técnico tão representativo como Otto Vieira. Porém, o clube vive uma ascensão meteórica. Desde 2019, quando foi comprado pelo advogado e político Dalo Bucaram, o clube de Guayaquil recebeu investimentos e saltou da terceira para a primeira divisão em dois anos. Após décadas de ostracismo, o clube disputa a Copa Sul-Americana pela primeira vez na história.
— Somos um clube com mais de 90 anos e torcedores mais antigos. É comum nas redes sociais falarem que seus avós torciam para o 9 de Octubre. Porém, ficamos muito tempo fora das grandes competições. Quando o nosso presidente (Dalo Bucaram) assumiu a equipe na Segunda Categoria (o equivalente à terceira divisão local), disse que, em dois anos, estaríamos disputando um torneio internacional. Parecia impossível, mas estamos em uma Copa Sul-Americana e queremos ser campeões. É difícil, mas é o nosso objetivo — sonha a assessora de imprensa e relações públicas do 9 de Octubre, Soledad Patiño.