Uma semana após a oficialização da saída de Diego Aguirre, o Inter ainda não conseguiu definir o nome de quem estará na casamata colorada em 2022. Conversas e reuniões já foram feitas com o uruguaio Alexander Medina, o Cacique, e o argentino Eduardo Domínguez, mas o martelo com o novo treinador não pôde ser batido. O português Paulo Sousa também está na pauta vermelha, mas aparece atrás dos sul-americanos. Entre os três há algo em comum: o clube gaúcho não está sozinho na busca por eles.
A saída de Diego Aguirre foi acordada e anunciada no último dia 15, há exatamente uma semana, mas era algo já havia sido definido tanto pelo Inter quanto pelo treinador desde antes do encerramento da participação do clube no Brasileirão. Em razão disso, a busca pelo próximo técnico iniciou-se antes da oficialização da saída do uruguaio.
O primeiro contato com Paulo Sousa aconteceu há cerca de 10 dias, mas as conversas não evoluíram. O português também está na pauta do Flamengo, que enviou representantes para Portugal, mas não chegou a formalizar uma proposta ao agente do treinador. Sousa atualmente tem contrato com a seleção da Polônia, que disputará a repescagem para a Copa do Mundo em março, mas está disposto a romper o acordo por conta da má relação com a federação local e aguarda por uma proposta dos cariocas.
Enquanto isso, Domínguez e Medina seguem com principais candidatos no Inter e ambos já tiveram conversas iniciadas. Seguindo o modelo adotado na gestão Alessandro Barcellos, o profissional encarregado por tocar as conversas preliminares com os representantes e "entrevistar" os candidatos é Deive Bandeira, o gerente de mercado do clube.
O profissional também é o coordenador do Centro de Análise e Prospecção de Atletas (CAPA), setor que contribui na análise das alternativas de treinadores. Foi Bandeira que em 2019 iniciou as conversas com Eduardo Coudet, ainda na gestão Marcelo Medeiros.
O argentino, aliás, é tido com uma referência na busca pelo técnico e seria o primeiro da lista para assumir o Inter caso houvesse possibilidade de sua saída do Celta de Vigo. A busca por um profissional que monte equipes que tenha a mesma intensidade sem a bola e agressividade com posse de Chacho norteia a caminhada no mercado de treinadores.
Domínguez e Medina foram quem mais preencheram requisitos, mas, ainda assim, com debate interno feito com prós e contras de cada um. A marcação com encaixes individuais feito com longas perseguições pelo campo é um ponto contra Domínguez. Essa era a maneira de marcar de Miguel Ángel Ramírez, vista como um ponto fraco do trabalho do espanhol no Beira-Rio. Por adotar essa estratégia que o nome de Hernán Crespo não ganhou força dentro do clube. A favor de Domínguez, que pediu demissão do Colón na segunda-feira, tem a forma como trabalha a parte ofensiva da sua equipe.
Com esse profissional, o Inter tem a concorrência do Boca Juniors. Contudo, o clube portenho ainda não havia definido a situação do seu atual treinador Sebastián Battaglia.
— Se Battaglia não permanecer, Domínguez é o ficha 1 do Boca — afirma o repórter do Diário Olé, Sergio Maffei, setorista de Boca.
Eduardo Domínguez tem uma relação familiar com o clube da Bombonera. Ele é genro de Carlos Bianchi, multicampeão pelo clube entre o fim dos anos 90 e começo dos 2000 e é tido como o maior treinador da história do Boca. Mais que sogro, Domínguez tem em Bianchi um conselheiro desde os primeiros passos na carreira. Essa relação aproxima Domínguez de Juan Román Riquelme. O ex-meia é atualmente vice-presidente e o responsável por comandar o departamento de futebol do time argentino.
Talleres aumenta proposta para renovação
No caso de Alexander Medina, o rival do Inter é o próprio Talleres. O clube de Córdoba elevou nesta terça-feira (21) a sua proposta para a renovação do contrato do treinador e aguarda até hoje por uma resposta do uruguaio.
— Aumentamos em 25% a oferta salarial. Se aceitar, Medina terá o segundo treinador argentino mais bem pago, atrás apenas do Marcelo Gallardo (River (Plate). Estamos fazendo um grande esforço porque é o melhor treinador que há — revelou o presidente do Talleres, Andrés Fassi, a GZH.
Publicamente, o Inter adotou o silêncio sobre o tema treinador. Acredita-se que qualquer declaração poderá ter repercussão imediata e atrair mais interessados. Em paralelo, o clube segue avaliando outros profissionais para o cargo para o caso de não haver avanço com os prioritários e também segue recebendo oferecimentos de empresários. Os também argentinos Juan Antonio Pizzi e Ricardo Zielinsky foram os últimos oferecidos, mas que não interessaram. Sebastián Beccacece, outro nome que chegou ao Beira-Rio por intermediários, renovou ontem o seu contrato com Defensa y Justicia até o final de 2022.