O meio-campo colorado estará modificado para enfrentar o Sport, na retomada do Brasileirão, marcada para segunda-feira (13). Há dois desfalques certos para Diego Aguirre com a suspensão de Rodrigo Dourado e com a lesão de Taison. Para a vaga do volante, Johnny será o escalado. Mas para a função mais ofensiva, há, ao menos, três opções, sendo uma delas a necessidade de mudança maior no sistema.
Taison tem sido o elo entre o meio e o ataque. Com arrancadas em velocidade e rapidez de raciocínio, tenta comandar contra-ataques e dar passes aos companheiros em boas condições de finalizar. É praticamente um segundo atacante. Substituí-lo é uma das tarefas mais difíceis do atual modelo colorado. Menos mal para o treinador que a evolução da recuperação da lesão, que sofreu na última partida, está acima do esperado. O atleta disse a amigos e familiares que estará de volta contra o Fortaleza, na 20ª rodada.
No grupo colorado, não há, obviamente, alguém com as características e com a qualidade de Taison. Mas dois candidatos saltam na frente: Mauricio e Boschilia. O jovem meia que veio do Cruzeiro na temporada passada é o favorito. Por ser mais móvel e veloz, é quem mais se assemelha. Boschilia ainda não está no 100% de sua forma, após a cirurgia nos ligamentos do joelho. A seu favor, joga a qualidade de passe, mas pesa contra o fato de ser mais lento.
A terceira alternativa seria colocar Guerrero. Liberado da seleção peruana, que enfrenta o Brasil nesta quinta-feira, por estar suspenso, o jogador já retornou a Porto Alegre e está em boas condições. Mas é um centroavante, e isso implicaria em mudar outros jogadores.
É o mesmo que ocorre com Gustavo Maia. O jogador contratado do Barcelona (time B), nos últimos dias da janela, poderia estrear contra o Sport, está em condições físicas, mas não é um meia de origem.
— É um atacante, que atua preferencialmente pelo lado esquerdo. Rápido, ótima finalização, tem um poder de fogo bom, muito inteligente também, um jogador com potencial de crescimento — elogiou o técnico da seleção olímpica, André Jardine.
Para não fazê-lo estrear em uma posição diferente da que estava habituado, a tendência é de que comece no banco e seja mais uma alternativa a Patrick do que propriamente a Taison. A seguir, veja os prós e contras de cada opção.
Mauricio
Uma das principais promessas da base cruzeirense, Mauricio alternou bons e maus momentos no Inter. Canhoto, veloz e vertical, foi muito elogiado pelo técnico anterior, Miguel Ángel Ramírez, que chegou a chamá-lo de "craque". Mas com Aguirre não conseguiu a maior sequência. Uma lesão muscular lhe tirou de combate por algumas semanas, e só pôde retornar no último jogo antes da parada, contra o Atlético-GO. Entrou nos minutos finais e foi elogiado pelo treinador:
— Foi uma coisa positiva a volta do Mauricio. Jogou poucos minutos, mas gostei do que me apresentou, é um jogador jovem ainda.
Pela velocidade, pela coragem que demonstra em buscar dribles ou arriscar chutes de fora da área, deve ser o escolhido para ser titular na Ilha do Retiro. E também porque é uma troca simples, apenas de um jogador por outro.
Boschilia
A recuperação física de Boschilia exige atenção especial. Ele era um dos principais jogadores do time na temporada passada quando, em um treino, sofreu uma ruptura dos ligamentos cruzados do joelho. Ficou mais de meio ano afastado e agora tenta recuperar o ritmo. Sua qualidade de passe é inegável. Canhoto, tem uma batida na bola diferenciada, criatividade — elogios que recebeu de Muricy Ramalho em entrevista à Rádio Gaúcha.
Mas essa recuperação ainda não lhe dá 100% de condições. Até a parada, claramente, sofria com a falta de ritmo, não conseguia imprimir a mesma velocidade de antes.
Com ele em campo, o Inter ganharia em passe, manutenção da bola e até controle. Mas teria problema em um ponto fundamental: a rapidez do contragolpe. O estilo do time exige marcações mais baixas mas saídas velozes, e com Boschilia essa velocidade precisaria ser compensada em outro jogador.
Guerrero
Paolo Guerrero voltou a Porto Alegre após ser liberado da seleção de seu país em razão da suspensão pelo terceiro cartão amarelo e está apto para jogar. Em condições normais, seria uma notícia a comemorar, e começaria como titular. Mas a realidade é um pouco diferente.
Primeiro que Guerrero está próximo da melhor situação física, mas ainda não no ideal. Ele também sofreu uma lesão ligamentar no joelho e ficou mais de meio ano fora do time. Agora recuperado, está ganhando ritmo de jogo. Segundo: sua presença na equipe implicaria em mexer, no mínimo, na posição de Yuri Alberto. Talvez até na de Edenilson também, transformando um deles em "Taison", na missão de conduzir o time de trás para a frente. Aguirre já declarou que, apesar de não ser sua principal ideia, pode, sim, usar Yuri Alberto e Guerrero inclusive centralizados, mantendo dois extremas (normalmente, Yuri vai para um dos lados quando o peruano está em campo).
— Podem jogar juntos perfeitamente. São jogadores que se complementam — finalizou o técnico.