Durante toda campanha à presidência do Inter e mesmo após assumir o cargo, o presidente Alessandro Barcellos prometeu um novo olhar para as categorias de base do clube. Com um projeto integrado entre o profissional e a área dos times inferiores, o Colorado apresentou o técnico Miguel Ángel Ramírez, o coordenador de transição Julinho Camargo, o diretor-executivo Paulo Bracks e, nesta quinta-feira (11), o novo gerente-executivo da base colorada, Gustavo Grossi.
O argentino, que deixou o projeto do River Plate para assumir um desafio no Brasil, prometeu trabalhar para transformar a base colorada de diversas formas, principalmente na capacitação dos novos talentos colorados, buscando deixar um DNA de jogo entre todas as categorias.
— O Inter foi o clube que me deu mais clareza e certeza sobre o que tinha de projeto. É um salto de qualidade profissional. O River foi uma experiência, mas eu queria trabalhar no Brasil. Vou ser responsável pelo futuro desportivo e econômico do clube, dando suporte ao Paulo (Bracks), ao Miguel (Ángel Ramírez). Eu tenho que entregar atletas que ele já possa botar na equipe pelo rendimento, pelo tático, pelo físico, temos que entregar um atleta em primeiro nível, o presidente vai deixar um legado, com DNA do Inter. Não quero ser treinador, não quero ser diretor-executivo, cada um está no espaço que tem que estar. Vou trabalhar o futuro do Inter — disparou em sua coletiva de apresentação.
Grossi também defendeu que o Colorado prolongue o período de categorias de base, com o menino começando a ser trabalhado aos 10 anos e finalizando o processo com 22, 23 anos, com a possibilidade de inclusive retornar com o time sub-23, categoria que havia sido deixada de lado pelo Inter recentemente.
— A base não pode começar aos 14 anos, temos que começar aos 10. A integração tem que ampliar a base. A transição necessita de tempo, de iniciar antes, começando aos 10 ao sub-23, que temos que analisar com o restante da equipe. A única pré-temporada que os atletas têm no Brasil é a base, depois não conseguem melhorar mais, jogam 80 partidas por ano, descansa, viaja, joga.
Questionado qual seria a divisão entre ganhar e formar nas categorias de base, o dirigente colorado destacou a importância da segunda em prol do novo projeto de futebol do Inter.
— Gosto da vitória, mas não de qualquer forma. Se o treinador for campeão fora da ideia de jogo do Inter, acho que ele tem que ir embora. Se ele jogar bem, jogar no nosso estilo e dar uns três jogadores ao time, acho que é um campeão do mundo. Quero ganhar, cheguei aqui com muitos torneios conquistados, mas com uma ideia de jogo, com uma ideia de educação. Não vou fazer de qualquer maneira, eles vão ter que respeitar a ideia de jogo, o DNA que têm os atletas e aí sim vamos ganhar, sem a pressão de ganhar a qualquer forma. Aqui no Brasil, a vitória na base é considerada muito importante, mas é uma alegria que dura cinco minutos, se ganha no profissional é um equilíbrio entre todos por muito tempo — finalizou.