O presidente do Inter, Marcelo Medeiros, foi enfático ao dizer que o técnico Eduardo Coudet não corre o risco de perder o emprego nas próximas semanas mesmo com eventuais derrotas para o América de Cali, na próxima terça-feira (29), e no Gre-Nal do Brasileirão, em 3 de outubro. De acordo com o mandatário colorado, não há possibilidade de demissão.
— Eu garanto o Eduardo Coudet. Ele não é uma convicção do Marcelo Medeiros, do atual ou do ex-vice de futebol, ele é uma convicção do clube — afirmou Medeiros em entrevista no final da tarde desta sexta.
A confiança no treinador argentino se deve, em parte, pelo que já mostrou na carreira, com um título do Campeonato Argentino pelo Racing, mas também pelo que já fez o próprio Inter jogar. Especialmente, em relação à postura de agressividade e marcação alta, simbolizadas pela intensidade ao qual o técnico é tão obcecado.
Questionado sobre a postura do time no Gre-Nal 427, Medeiros disse que também não ficou contente com a atuação do Inter. Relatou que o ambiente de indignação com mais um resultado negativo no clássico é geral dentro do clube e que espera dar uma resposta não apenas no duelo contra o rival, mas já nas próximas partidas.
— Eu também não gostei do Gre-Nal. Os jogadores e a comissão técnica sabem disso, porque temos aqui a liberdade, a transparência e o respeito para poder conversar, na forma adequada, no ambiente adequado, daquilo que se enxerga. Jamais vou escalar um time, não é a minha função. Mas tenho a obrigação, como presidente do clube, de dizer o que eu penso — salientou.
Marcelo Medeiros entende que, para acabar com essa invencibilidade de 10 jogos do rival em Gre-Nais será preciso deixar o retrospecto de lado no próximo enfrentamento e, claro, trabalhar no dia a dia para corrigir os erros:
— Tu vais reverter isso trabalhando, treinando. É isso que o Rodrigo Caetano faz, o Eduardo Coudet também. Não é só para ganhar Gre-Nal, mas também para manter a vice-liderança do Brasileiro e a liderança do grupo na Libertadores.
O presidente colorado contou, ainda, que tem por hábito assistir todos os jogos do Inter depois da partida para olhar com mais atenção. No entendimento dele, o Inter fez um bom primeiro tempo contra o América de Cali, na vitória por 4 a 3, no Beira-Rio, mas deixou a desejar na etapa final. Depois, contra Fortaleza e Grêmio, o desempenho esteve abaixo do esperado.
Para Medeiros, a justificativa está na oscilação do time neste período pós-retomada do futebol. Ele lembrou que outras equipes estão tendo essa mesma dificuldade devido às diversas mudanças que precisam fazer de uma partida para outra e, em especial, às lesões e contaminação de atletas pela covid-19. Até mesmo por isso, refutou que a saída de Alessandro Barcellos da vice-presidência de futebol e as disputas políticas no Inter às vésperas da eleição presidencial no clube tenham afetado o rendimento dentro de campo.
— Não sei onde eu li ou ouvi que, no retorno do futebol após parada, haveria uma grande oscilação dos clubes. O Flamengo mesmo levou uma goleada do Del Valle e, no jogo seguinte, o Del Valle levou uma goleada. A gente vê oscilação em vários times, não só na Libertadores como também no Brasileiro. Também há uma alteração na equipe que entra em campo pelo contágio da doença, por suspensões, lesões, sofremos algumas baixas importantes, então o desempenho não tem nada a ver com o político — assegurou o presidente.
Assista à entrevista completa de Marcelo Medeiros: