O presidente do Inter, Marcelo Medeiros, confirmou em entrevista no final da tarde desta sexta-feira (25) a demissão do vice de futebol, Alessandro Barcellos. De acordo com Medeiros, a medida foi necessária para que o vestiário colorado não fosse tão impactado pelas disputas políticas do clube.
— Esse movimento foi, justamente, porque o Inter é maior do que a política. Foi para proteger o coração e alma do clube, que é o futebol. Vou sempre levar o Alessandro, vamos ter uma amizade para o resto da vida. Mas a forma que se deu é que não pode ser assim, porque o presidente precisa ser comunicado — disse Medeiros.
Ele se referente à uma carta de intenção do movimento político de Alessandro Barcellos, a Academia Colorada, que deverá lançá-lo como candidato à presidência do Inter. Medeiros garantiu que, até a quinta-feira (24), ele não havia sido informado desta possibilidade.
Por isso, em reunião na manhã desta sexta, o Conselho de Gestão optou pela saída dos integrantes do grupo de oposição ao Movimento Inter Grande (MIG), do qual faz parte o presidente Marcelo Medeiros, dos cargos diretivos do clube. Além de Barcellos, deixam o clube Humberto Busnello (4º vice eleito), Nelson Pires (marketing), Victor Grunberg (administração) e Flávio Ordoque (assessor da presidência).
— O torcedor nem sabe quem é o MIG, a Academia. O torcedor quer que o Inter dê o seu melhor. Eu sou o presidente do clube e vi movimentos políticos que foram feitos sem o meu conhecimento, e acho que está erado, que não foi transparente. Tem que ter uma certa liturgia nos movimento. Acho que foram precipitados. Eu não faria assim — destacou Medeiros.
O presidente garantiu que não se importa com o fato de um grupo político estar na oposição, que entende como um processo democrático. Repetiu algumas vezes, no entanto, que a forma como a aliança foi conduzida, sem que ele fosse comunicado, foi o que o incomodou.
Em relação ao cargo de vice-presidente de futebol do clube, Medeiros não indicou ninguém. As funções que eram exercidas por Alessandro Barcellos serão divididas entre ele — que garantiu estar mais presente no vestiário nos próximos meses — e o executivo Rodrigo Caetano.
— Não estou assumindo (a vice-presidência de futebol), acumulando cargos, mas vou me dedicar de uma maneira muito maior e deixar a presidência do clube com os profissionais da administração e com os meus pares do Conselhos de Gestão. Minha presença no vestiário será praticamente diária, tanto que estarei na viagem para Cali — afirmou Medeiros, que encerra seu segundo mandato como presidente do clube no final deste ano.