O Inter de Paulo Roberto Falcão foi o campeão do Gauchão de 2011, depois de vencer o Grêmio no Olímpico por 3 a 2 no tempo normal e 5 a 4 na disputa de pênaltis, em 15 de maio de 2011. O duelo contra o Tricolor de Renato Portaluppi somou um placar agregado de 5 a 5 em dois clássicos, com viradas e visitantes aproveitando o saldo qualificado.
A vitória colorada na casa tricolor teve a mão do técnico Falcão, que mudou a partida com substituições precisas. Ao perceber que era superado pela força ofensiva do Grêmio, com gol e pressão já nos primeiros 15 minutos de jogo, desfez as improvisações do lateral Kléber como meia e do zagueiro Juan Jesus como lateral. Os donos da casa abriram o placar com Lúcio.
— Brinco com o Renato dizendo que o Grêmio parecia o Barcelona naqueles primeiros minutos — revelou Falcão, em entrevista no Pré-Jornada da Rádio Gaúcha, neste domingo (19), no projeto Saudade do Esporte.
— Eu tinha um plano B. Já tinha a expectativa de saber o que fazer caso levasse um gol. Teria de mexer. E foi o que fiz. Coloquei o Zé Roberto, que entrou muito bem, e fez a diferença no Gre-Nal. Foi um jogo muito forte, de concentração e envolvimento, tanto meu quanto do Renato — relembra o ex-técnico colorado.
O Inter empatou com Leandro Damião, aos 30 minutos, e Andrezinho virou para o Inter aos 45. No segundo tempo, D'Alessandro, de pênalti, ampliou e fez com que a taça ficasse mais próxima dos colorados. Porém, após uma falha de Renan, Borges fez o segundo do Grêmio nos minutos finais e levou a decisão para as penalidades.
Nas cobranças, brilhou a estrela de Renan. O goleiro colorado defendeu três pênaltis e deu o título do Gauchão ao Inter. A quantidade de gols nos 180 minutos de decisão e reviravoltas com o final eletrizante confirmou a expectativa de protagonismo dos técnicos no confronto. As casamatas receberam os maiores ídolos de Grêmio e Inter para os únicos duelos pessoais entre eles.
— Foi um momento para a grandeza do futebol gaúcho, fantástico. Não sei se vai se repetir. Isso, para mim, vale como uma grande vitória, não só o jogo, mas duas figuras que proporcionaram três Gre-Nais com muitos gols, que gostam de jogar o time pra frente e criar alternativas. Foi importante para a história, pela realização de dois treinadores — reconheceu o técnico Falcão.
A vitória na casa do adversário foi uma conquista para compensar a eliminação na Libertadores, sofrida em casa na mesma semana do clássico. Segundo Falcão, havia tensão e desconfiança por parte dos dirigentes. Sua experiência dentro das quatro linhas foi crucial para fazer seus comandados jogarem como ele precisava.
— Com minha vivência de atleta, sabendo reconhecer o emocional dos jogadores, tive várias conversas durante a semana. Motivar para Gre-Nal não tem necessidade. Tem é que cuidar para não ter muita adrenalina e não gerar expulsões. A motivação foi dada assim, aos poucos. Tive a espetacular colaboração dos jogadores. Entenderam que para virar precisávamos deles e da comissão, e de mais ninguém — comentou.
O Inter virou, ganhou nos pênaltis e levantou a taça no Estádio Olímpico. Aquela tarde de maio de 2011 terminou com festa e volta olímpica colorada na casa gremista, que foi trocada pela Arena em dezembro do ano seguinte.
FICHA TÉCNICA
Gauchão – Final (segundo jogo) – 15/05/2011
GRÊMIO 2 (4)
Victor; Mário Fernandes, Vilson, Rodolfo e Gilson (Willian Magrão); Fábio Rochemback, Adilson, Lúcio e Douglas; Leandro (Lins) e Júnior Viçosa (Borges).
TÉCNICO: Renato Portaluppi
INTERNACIONAL 3 (5)
Renan; Nei, Bolívar, Índio e Juan (Zé Roberto); Guiñazu, Bolatti, Kleber, Andrezinho (Oscar) e D’Alessandro; Leandro Damião.
TÉCNICO: Paulo Roberto Falcão
DATA: 15/05/2011. Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre
ARBITRAGEM: Leandro Vuaden, auxiliado por Altemir Hausman e Júlio César Santos.
GOLS: Lúcio (15/1T) e Borges 35/2T) (G) e Leandro Damião (30/1T), Andrezinho (45/1T) e D'Alessandro (29/2T) (I).
CARTÕES AMARELOS: Vilson, Fábio Rochemback, Douglas (G); Juan, D'Alessandro, Zé Roberto, Guiñazu, Índio (I).