Esporadicamente os torcedores colorados recordam que o último título comemorado no saudoso estádio Olímpico foi o do Inter. Pela final do Gauchão de 2011, o time conseguiu uma virada fantástica diante do Grêmio e ficou com a taça estadual. Mas aquele clássico de número 387 não entraria na história dos Gre-Nais só por isso. O duelo simplesmente colocava frente a frente dois dos maiores ídolos dos clubes.
De um lado, Renato Portaluppi; do outro, Paulo Roberto Falcão: estes eram os comandantes do Gre-Nal. O dia 15 de maio de 2011 se desenhava para ser azul. Quase 46 mil pessoas marcaram presença no Olímpico. Os gremistas confiantes pelo bicampeonato estadual, uma vez que haviam vencido o jogo de ida por 3 a 2, em pleno Beira-Rio.
Não bastasse isso, o Grêmio saiu vencendo o jogo. Lúcio abriu o placar e ampliou a vantagem. No entanto, a reação colorada teve gols de Leandro Damião, Andrezinho e D'Alessandro. Borges descontou e, por conta do placar agregado, forçou as penalidades no Olímpico. O Colorado venceu por 5 a 4 nos pênaltis e ficou com a taça.
Escalou errado; mexeu certo
Paulo Roberto Falcão teve uma ideia para surpreender o Grêmio na sua casa. O treinador escalou o zagueiro Juan como titular da lateral esquerda. Com isso, ele posicionou Kleber como meio-campo. Não deu certo. O Tricolor fez gol logo aos 15 minutos do primeiro tempo e envolvia o time colorado. Falcão sacou o jovem aos 28 minutos e lançou o atacante Zé Roberto. A mudança surtiu efeito e, logo três minutos depois, Leandro Damião empatou.
O clássico ganhou outra cara desde então. O Inter dominou as ações do Grêmio e conseguiu a virada com um gol de Andrezinho após rebote no escanteio. Na etapa final, Zé Roberto, logo ele, foi derrubado dentro da área e D'Alessandro converteu o pênalti. O destino foi tão explícito que, nas cobranças de penalidades, foi Zé Roberto quem converteu o último, que garantiu o título colorado.
De vilão a herói
Fortemente identificado com o Inter, Renan tem no currículo duas Libertadores e um Mundial com a camisa colorada, por exemplo. Pois naquele Gre-Nal de 2011, o goleiro viveu dois personagens no Olímpico: vilão e herói. Foi por causa de uma falha dele que o Grêmio conseguiu fazer o gol que forçou as penalidades. Após cobrança de falta de Douglas, ele não segurou a bola e deixou cair nos pés do atacante Borges, que colocou nas redes.
No entanto, a reversão de Renan ocorreu na disputa por pênaltis. O goleiro defendeu incríveis três cobranças, de William Magrão, Lúcio e Adilson, e foi protagonista na histórica conquista colorada.