No dia 12 de março, a Dupla escreverá um novo e importante capítulo de sua rivalidade. Pela primeira vez, os dois gigantes de Porto Alegre farão um enfrentamento válido pela Libertadores. Por isso, GaúchaZH recorda Gre-Nais que entraram para a história do clássico.
Os Gre-Nais pela final do Gauchão de 2011 já chamavam a atenção pelo fato de os clubes serem treinados por personagens que foram ídolos quando atletas. Do lado colorado, Paulo Roberto Falcão. Do tricolor, Renato Portaluppi.
— Todo Gre-Nal é marcante, seja para o clube ou para o jogador. Ao longo da semana, a cidade respira o Gre-Nal. A gente fica voltado para isso. O ambiente é diferente de qualquer outro clássico. Sou feliz por ter participado de vários Gre-Nais desde a base até os profissionais, mas o Gre-Nal de 2011 é especial porque era uma decisão de campeonato — atesta o ex-goleiro colorado Renan, hoje atleta do Esportivo de Bento Gonçalves.
Mas o ambiente era de tensão no vestiário colorado naquele 15 de maio de 2011. Depois de perder por 3 a 2 no Beira-Rio, o Inter chegava ao Estádio Olímpico precisando vencer o seu maior rival.
— Acreditava-se que o título já estava definido. Foi uma semana bem doída para a gente. Ainda saímos perdendo o segundo jogo, então aquilo tudo dava sinais de que a taça ia para o lado da Azenha — recorda ele.
Para o jogo da volta, Falcão tentou surpreender ao escalar o Inter com três zagueiros, mas a escolha se mostrou equivocada. Prova disso é que, aos 25 minutos do primeiro tempo, o técnico sacou Juan Jesus para colocar o meia-atacante Zé Roberto. A partir de então, com gols de D'Alessandro, Andrezinho e Leandro Damião, o Colorado conseguiu a virada improvável.
— A gente foi de gol em gol, com a qualidade que aquele grupo tinha, e foi retomando o jogo. Quando parecia que tínhamos virado o placar, a gente acabou sofrendo um gol em um lance que trombei com o Índio e a bola sobrou para o Borges. Então, mais uma vez as coisas ficaram desenhadas para o outro lado. Mas, felizmente, consegui dar uma reviravolta no que parecia que poderia ficar marcado com uma falha minha — lembra Renan.
Revelado no Inter, o goleiro sentiria sobre seus ombros uma eventual perda do título. No entanto, conseguiu transformar a história ao defender as cobranças de Willian Magrão, Lúcio e Adilson.
— Foi o último título disputado no Olímpico. Então, foi marcante e o torcedor do Inter lembra até hoje, por onde eu passo. Com certeza, é um jogo que guardo com carinho — conclui o goleiro.
Ficha técnica:
Gre-Nal 387: Grêmio 2 (4) x (5) 3 Inter (Gauchão 2011)
Grêmio: Victor; Mário Fernandes, Vilson, Rodolfo e Gilson (Willian Magrão); Fábio Rochemback, Adílson, Lúcio e Douglas; Leandro (Lins) e Júnior Viçosa (Borges). Técnico: Renato Portaluppi.
Inter: Renan; Bolívar, Índio e Juan Jesus (Zé Roberto); Nei, Bolatti, Guiñazu, Andrezinho (Oscar), D'Alessandro e Kléber; Leandro Damião. Técnico: Paulo Roberto Falcão.
Gols: Leandro Damião, Andrezinho, D'Alessandro; Lúcio e Borges