No dia 12 de março, a Dupla escreverá um novo e importante capítulo de sua rivalidade. Pela primeira vez, os dois gigantes de Porto Alegre farão um enfrentamento válido pela Libertadores. Por isso, GaúchaZH recorda Gre-Nais que entraram para a história do clássico.
Embora tenha sido disputado no dia 12 de fevereiro de 1989, o clássico de número 297 foi válido pelo Brasileirão de 1988. Mais do que isso, indicaria um dos finalistas ao campeonato nacional daquele ano.
Não bastando todo o componente decisivo, o jogo sofreu uma reviravolta durante os 90 minutos, fazendo com que o Inter vencesse de virada por 2 a 1.
— No primeiro tempo, estávamos perdendo de 1 a 0, com um homem a menos após a expulsão do Casemiro, e o Abel (Braga, técnico do Inter) não se intimidou. Ele falou: "Vão lá e resolvam a situação que vocês criaram, porque do outro lado já estão tomando champanhe e brindando". Então, nós fomos corajosos. Ele apenas baixou o Edu Lima como um falso lateral-esquerdo, deixou a equipe ofensiva do mesmo jeito, e conseguimos reverter o resultado. Aquele Gre-Nal ficou para a história — recorda Luiz Carlos Winck.
Atual técnico do Pelotas, Winck era o lateral-direito colorado naquela temporada. Apesar de ter apenas 26 à época, era um dos atletas mais experientes do elenco, tendo convocações para a Seleção Brasileira em seu currículo.
— Eu era o capitão da equipe e, quando terminou o jogo, chamei a atenção porque estávamos muito eufóricos para a decisão com o Bahia. Havíamos os vencido na fase classificatória até com uma certa tranquilidade. E isso (perda do título) acabou acontecendo na final. Mas o jogo foi histórico, até pela adversidade que o Inter viveu naquele momento e soube reverter — comenta ele.
Por todo o componente emocional, quando questionado sobre uma comparação com os primeiros clássicos válidos por Libertadores, que serão disputados neste ano, Winck não tem dúvidas: o Gre-Nal do Século foi mais decisivo.
— Em função de não valer vaga na final, não tem a dimensão daquele Gre-Nal do Século. Aquele valia a final do Campeonato Brasileiro. É um pouco diferente. Mas serão dois grandes jogos. As duas equipes começaram muito bem, estão muito bem treinadas, e só quem ganha com isso é o torcedor. Acho que teremos um belo espetáculo de futebol — sentencia o ex-lateral.
Ficha técnica:
Gre-Nal 297: Inter 2x1 Grêmio (Brasileirão de 1988)
Inter: Taffarel; Luiz Carlos Winck, Aguirregaray, Nenê e Casemiro; Norberto, Leomir (Diego Aguirre) e Luís Carlos Martins; Edu Lima, Maurício (Norton) e Nilson. Técnico: Abel Braga.
Grêmio: Mazaropi; Alfinete, Trasante, Luis Eduardo e Airton; Bonamigo, Cuca, Cristóvão e Jorginho (Reinaldo Xavier); Marcos Vinicius e Jorge Veras (Serginho). Técnico: Rubens Minelli
Gols: Marcus Vinícius e Nilson (dois)