Há 44 anos, o Brasil era vermelho. O Inter conquistava o Campeonato Brasileiro, o seu terceiro em cinco temporadas. Mas não foi qualquer título. O Tri chegou de forma invicta, em 23 partidas, com 16 vitórias e sete empates, sob o comando de Ênio Andrade. Um feito jamais igualado por outra equipe no país. Um triunfo para sempre. GZH relembra a conquista. Confira quem eram e onde estão os campeões de 1979:
BENITEZ
José de La Cruz Benitez Santa Cruz, paraguaio e goleiro do título de 1979, chegou ao Inter em 1977, vindo do Olímpia, do Paraguai, com a difícil missão de substituir Manga, ídolo e bicampeão brasileiro em 1975 e 1976. Com dificuldades no seu início no Beira-Rio, o jogador foi emprestado ao Palmeiras em 1978. Assim, conseguiu aparecer aos olhos dos dirigentes colorados. Em 1979, voltou ao Rio Grande do Sul para defender as cores do Inter. No Beira Rio, conquistou vários títulos, entre eles o brasileiro de 1979 (invicto) e os gaúchos de 1978, 1981, 1982 e 1983. Teve de abandonar a carreira em virtude de uma fatalidade. Em um amistoso de fim de temporada em Alegrete, o goleiro dividiu uma bola com o atacante Celeni Viana e sua cabeça acabou se chocando com a perna do adversário. Benitez teve uma contusão na medula e precisou largar o futebol. Assim que a sua carreira se encerrou, foi empresário de futebol e dirigente no São José de Porto Alegre. Atualmente, o paraguaio é embaixador do Inter em seu país natal.
JOÃO CARLOS
Lateral-direito de origem, atuava também na zaga. Foi formado nas categorias de base do Inter. É pai dos gêmeos Diogo e Diego, que também atuaram no time gaúcho anos mais tarde. Depois de pendurar as chuteiras, foi segurança e, atualmente, está aposentado por invalidez.
MAURO GALVÃO
Revelado pelo Inter, o zagueiro à época tinha 18 anos e foi titular da zaga colorada. Passou por Bangu, Grêmio, Botafogo, Vasco e Lugano, da Suíça, antes de se aposentar e continuar trabalhando com o futebol. Um jogador técnico e com liderança. Foi Falcão que aconselhou o técnico Ênio Andrade a mantê-lo como titular naquele time. Segue trabalhando com futebol.
MAURO PASTOR
O companheiro de zaga de Mauro Galvão chegou ao Rio Grande do Sul em 1979, direto da Ferroviária de Araraquara-SP. Ficou no Inter até 1984. Depois, perambulou por clubes de menor expressão no cenário nacional. Além do título de 1979, venceu três campeonatos gaúchos (1981, 1982 e 1983). Mauro ganhou o apelido de Pastor dos companheiros de equipe, em razão de viver intensamente os ensinamentos bíblicos. Atualmente, vive em Araraquara, interior de São Paulo, ao lado de seus familiares.
CLAUDIO MINEIRO
Antes de vir jogar no Inter, o lateral já tinha passagens por América-MG, Atlético-MG, Sport e Corinthians. Mineiro atuava tanto na lateral-esquerda, quanto na direita. Era dono de um chute forte e batia bem faltas. Ficou em Porto Alegre até 1981. Mudou-se para o Mato Grosso do Sul e tornou-se treinador.
FALCÃO
Paulo Roberto Falcão dispensa apresentações. Cria da base do Inter e alicerce dos três títulos brasileiros do Inter, em 1979 não era apenas o melhor jogador, mas também capitão da equipe que surpreendeu o Brasil e conquistou o título invicto. Ao sair de Porto Alegre, foi atuar na Roma e virou "Rei de Roma", tamanha sua importância no time italiano. Disputou, inclusive, uma final da Champions League contra o Liverpool, em 1984, mas acabou derrotado. É um dos maiores jogadores da história tanto da Roma quanto do Inter. Depois que se aposentou, foi comentarista da TV Globo, colunista de Zero Hora e treinador, inclusive do Inter. Seu último trabalho foi como coordenador de futebol do Santos.
BATISTA
Remanescente dos títulos de 1975 e 1976, Batista também foi formado nas categorias de base do Inter. Dava o suporte defensivo para jogadores como Falcão, Jair, Valdomiro, Bira e Mário Sérgio. Tinha vitalidade para defender e atacar, pisando nas duas áreas. Saiu do Inter direto para o Grêmio, em 1981. Depois que se aposentou, virou comentarista de futebol.
JAIR
Mais um que foi formado na base colorada e que havia sido campeão em 1975 e 1976. Era um meio-campista muito habilidoso e que batia na bola como poucos. Se movimentava bastante em campo e era versátil, o que o possibilitava atuar em diversas posições. Além da técnica refinada na armação das jogadas, também marcou muitos gols. Depois de sair do Inter, vestindo a camisa 10 do Peñarol, venceu o campeonato uruguaio, a Libertadores e o Mundial de 1982.
VALDOMIRO
Descoberto por Tesourinha, Valdomiro chegou do Comerciário de Criciúma e sofreu certa resistência ao chegar ao Beira-Rio, em 1968. Ponta-direita veloz, dono de um potente chute, cruzava com efeito, além de ser dedicado na marcação. É o atleta que mais vestiu a camisa colorada na história, com 803 jogos. Também foi campeão brasileiro em 75 e 76. O ex-atacante agora mora em Criciúma e tem uma escola de futebol para crianças. Recentemente, esteve com o meio-campista Johnny.
BIRA
Destacou-se no Remo e, devido ao bom desempenho, acabou atraindo o interesse de Inter e Flamengo. O atacante optou por jogar em Porto Alegre para atuar com Falcão, Valdomiro e Batista. Acabou sendo chamado de Bira Burro por uma rádio do Rio de Janeiro por ter preterido o time carioca . Depois de se aposentar, continuou trabalhando com o futebol como treinador. Morreu aos 65 anos em 2020, em decorrência de complicações de um câncer no fígado.
MÁRIO SÉRGIO
Revelado pelo Flamengo, o jogador chegou ao Inter depois da perda do Gauchão de 1979 para o Grêmio. O meio-campista foi contratado a pedido de Falcão, que via nele o companheiro ideal para ocupar a faixa esquerda do meio-campo colorado. Era um exímio driblador, com passes muito precisos e ajudava a marcar quando estava sem a bola. Quando se aposentou, virou técnico e comentarista. Estava no acidente aéreo da Chapecoense, em 2016.
CHICO SPINA
Formado nas categorias de base do Grêmio, chegou ao Inter em 1979 para escrever o seu nome na história colorada. Substituindo Valdomiro, lesionado, foi titular na partida de ida da final contra o Vasco no Maracanã. Não só substituiu bem o camisa 7, como também foi o autor dos dois gols que encaminharam o título brasileiro invicto. Depois que se aposentou, continuou trabalhando como empresário de futebol.
VALDIR LIMA
Meia que cadenciava o jogo, marcador e armador eficiente. Começou sua carreira no São Paulo de Rio Grande. Chegou ao Beira-Rio após grande atuação com a camisa do time contra o Inter, dentro do Beira-Rio. Foi ele quem substituiu Falcão no primeiro jogo da final e serviu Chico Spina em um dos gols do atacante. Seguiu trabalhando com o futebol depois que se aposentou dos gramados.
TONINHO
Era reserva, mas foi mais titular do que Batista durante o campeonato. Atuou em 14 dos 22 jogos. Antes de chegar ao time campeão em 1979, havia passado pelo Grêmio, mas foi dispensado. Depois de aposentado, formou-se em Educação Física e começou a trabalhar como preparador físico.
ADÍLSON
Chegou em 1977 ao Inter, já com 29 anos e bagagem no futebol, inclusive tendo atuado com a camisa do Corinthians. Não era um centroavante típico, mas sabia jogar na área. Participou de 18 jogos dos 23 da campanha. Acabou morrendo em um acidente automobilístico, aos 30 anos.
TAMBÉM ATUARAM NA CAMPANHA
O goleiro Gasperin, o zagueiro Belliato, o lateral-direito Édson Galvão, o meio-campo Tonho, e os atacantes Borracha, Mário, Popeia e Silvinho.