
Nos próximos meses, o nome de D'Alessandro voltará a ser muito citado no Beira-Rio. Com o contrato do camisa 10 se encerrando ao final da temporada, ainda não há uma definição sobre se ele renovará seu vínculo com o Inter.
Contratado em julho de 2008, o argentino tinha a missão de preencher a lacuna deixada por Fernandão, negociado com o Al-Gharafa, de ídolo da torcida e liderança da equipe. Conseguiu. E, desta forma, ocupou a titularidade por toda a década.
Ao todo, 25 meio-campistas passaram pelo vestiário neste período — incluindo 2016, quando D'Alessandro passou boa parte do ano emprestado ao River Plate. De Andrezinho, que já estava em Porto Alegre quando ele chegou (e até dividiram espaço no time em determinados momentos), a Sarrafiore, que nos dias atuais mal consegue ser um dublê do titular, ninguém conseguiu se aproximar do que representa D'Alessandro.
2008

O argentino foi anunciado pelo Inter no dia 22 de julho de 2008, vindo do San Lorenzo. Quando desembarcou em Porto Alegre, havia três meias no plantel: o campeão do mundo Alex, Andrezinho (que havia sido trazido do futebol coreano) e Roger Gaúcho, oriundo das categorias de base. Seis dias depois, a direção ainda repatriou Daniel Carvalho, que estava no CSKA Moscou. De todos eles, apenas Alex conseguiu dividir espaço em campo com D'Alessandro, sendo escalado como atacante pelo técnico Tite.
2009

Depois de se destacar no ano anterior com a camisa do Paraná contra o próprio Inter, pela Copa do Brasil, Giuliano foi contratado. Começou a temporada como reserva, mas a partir da venda do volante Magrão, passou a aparecer no time titular. No elenco daquele ano, ainda subiu da base o jovem Wagner Libano, que hoje atua pelo Cascavel.
2010

Montando o elenco para a Libertadores, o Colorado foi buscar no Grêmio Barueri o meia Thiago Humberto, que havia se destacado no ano anterior. Porém, quem deu mais certo foi Oscar. Revelado nas categorias de base do São Paulo, o jovem estava em litígio com o clube do Morumbi, o que gerou um longo imbróglio jurídico que só foi resolvido, de fato, dois anos depois.
2011

Ainda no ano anterior, Ricardo Goulart foi buscado por empréstimo no Santo André. Depois de se destacar pelo time B, acabou lançado pelo técnico Paulo Roberto Falcão. Porém, a direção preferiu não desembolsar R$ 1 milhão para comprá-lo em definitivo. Em meio àquele ano, defendeu o Inter na Copa Audi, que também tinha João Paulo Mior, hoje no Botafogo.
2012

No início do ano, D'Alessandro recebeu uma proposta do futebol chinês. Temendo sua saída, a diretoria buscou em Dátolo, então no Espanyol, uma reposição. Os dois, no entanto, acabaram ficando. O elenco ainda contou com Jajá Coelho, que foi buscado do Al-Ahli, dos Emirados Árabes, mas acabou tendo seu contrato rescindido por indisciplina em meio à temporada. Ao final daquele ano, Fernandão foi transformado em técnico e ainda lançou Lucas Lima, das categorias de base. O jogador acabaria emprestado no ano seguinte ao Sport, antes de enfim deslanchar no Santos. Hoje, está no Palmeiras.
2013

Pouca gente sabe, mas Vitor Júnior foi revelado pelo próprio Inter em 2004. Porém, rodou por vários clubes até se desatacar pelo Botafogo e despertar o interesse colorado quase uma década depois. O meia-atacante, porém, não obteve êxito com a camisa vermelha. Outro repatriado naquele ano foi o experiente Alex, que estava no Spartak Moscou e que acabou sendo comprado com o dinheiro da venda do volante Fred. Na reta final do Brasileirão, já sob o comando de Clemer, também surgiu Valdívia, que também atua aberto pelos lados do campo.
2014

De volta ao Beira-Rio, Abel Braga acomodou vários meias em sua equipe. Além de D'Alessandro e Alex (que jogava como uma espécie de volante, pelo lado esquerdo), Alan Patrick também foi escalado. Porém, no decorrer da temporada, o jogador, trazido por empréstimo do Shakhtar Donetsk-UCR, foi perdendo espaço. Da base, o garoto Andrigo foi lançado nas rodadas finais do Brasileirão.
2015

Em fevereiro de 2015, o Inter surpreendeu a todos quando anunciou o meia Anderson, ex-Grêmio. Visivelmente acima do peso, o atleta repetiu o ocaso vivido no Manchester United e Fiorentina, sendo reserva na equipe de Diego Aguirre.
2016

No início desta temporada, D'Alessandro foi emprestado ao River Plate e ninguém conseguiu se firmar na equipe. Alex, Andrigo e até o jovem Gustavo Ferrareis, lançado da base, oscilaram entre o campo e o banco de reservas. Em meio ao ano, a diretoria ainda buscou o venezuelano Seijas. Mas o jogador não conseguiu repetir nem de perto o sucesso vivido no Independiente Santa Fé, da Colômbia. O resultado foi o rebaixamento inédito na história do clube.
2017

Em meio à disputa da Série B, Camilo foi contratado junto ao Botafogo. Chegou a ser testado ao lado de D'Alessandro, mas nunca ameaçou a titularidade do argentino. Pelo contrário, foi ele quem acabou sendo deixado de lado. Das categorias de base, subiu o garoto Juan Alano.
2018-2019

Depois de se destacar na disputa da Copa Ipiranga pelo Huracán, o Inter se interessou pelo argentino Martín Sarrafiore. Assinou um pré-contrato com ele, fazendo com que desembarcasse apenas em 2018, após longo período treinando separado na Argentina. Chegou a estrear na última rodada do Brasileirão, mas ainda busca seu espaço com a camisa colorada. Até agora, esteve em campo por mais pouco mais de 900 minutos (equivalente a 10 jogos), tendo marcado cinco gols e dado uma assistência.
Em 2019, o jovem José Aldo também chegou a ser usado, entrando nos minutos finais da vitória contra o Atlético-MG. Porém, nenhum meia conseguiu ser a reposição imediata a D'Alessandro. Sem ele, aliás, o técnico Odair Hellmann recorre a improvisações — como Rafael Sobis e Neilton — ou a um trio de volantes no meio-campo.