Odair Hellmann tem um 12º titular e ele se chama Guilherme Parede. Dos últimos 10 jogos do Inter na temporada, o atacante só não participou de dois — na vitória contra o CSA e na derrota para a Chapecoense, na estreia do Brasileirão (quando um time totalmente reserva foi escalado e até Parede foi preservado). Diante do Avaí, neste domingo (2), por exemplo, o jogador entrou aos 28 minutos do segundo tempo e, quatro minutos depois, justificou a escolha por ele dando passe para o gol de Edenilson, que decretou o 2 a 0.
No mesmo período, somente um jogador foi chamado mais vezes do banco de reservas: Sarrafiore. Contudo, ao contrário do argentino, Parede também foi requisitado para iniciar como titular em três partidas da equipe como visitante: contra o River Plate, pela Libertadores, contra o Paysandu, pela Copa do Brasil, e contra o Santos, pelo Brasileirão. Neste último, inclusive, chegou a balançar as redes, porém o gol foi anulado por impedimento.
— Parede é uma espécie de Pottker mais magro e sem grife. Ele não entra pelo corredor para ser atacante matador, mas para ser disciplinado taticamente e ajudar a recompor. Mesmo que não decida no ataque, ele tem pulmão para acompanhar lateral e aparecer no setor ofensivo, nem que seja para tirar o time de trás em uma escapada, cavando um escanteio em um lance solitário. É importante ter jogadores assim, sobretudo entrando na segunda etapa, pegando o adversário cansado — analisa o comentarista de GaúchaZH, Diogo Olivier.
Contratado no início deste ano, o atacante de 23 anos demorou para virar um dos homens da confiança de Odair. É possível dizer que ele só passou a ser usado com maior frequência a partir do Gre-Nal de reservas, em março — seja para substituir Nico López ou como alternativa a D'Alessandro, para a modificação do sistema tático em jogos fora de casa.
Pesa contra o atacante o fato de não ter marcado muitos gols até então. Em 23 jogos com a camisa colorada, foram apenas dois (ambos no Gauchão). E não foi por falta de tentativa: nas último oito apresentações, Parede teve 12 finalizações. Somente duas, porém, foram em direção à meta adversária. Mas nem sempre foi assim. No Coritiba, clube onde atuou antes de vir para o Inter, Guilherme Parede terminou a temporada de 2018 como artilheiro da equipe. Foram 12 gols em 47 jogos.
—Aqui ele atuava bem aberto pelos lados do campo também. Fazia a diagonal e infiltrava na área com muita velocidade. Tinha um poder de finalização bom. Em 2018 ele foi o melhor jogador do Coritiba atuando assim. Fez 12 gols no ano (nova na Série B e três no Estadual). Foi o artilheiro do Coritiba —atesta Daniel Piva, repórter da Rádio Transamérica de Curitiba.
A curiosidade é que, até alcançar tal status no Couto Pereira, Parede demorou a deslanchar. Neste mesma época do ano, por exemplo, tinha apenas quatro gols. Os outros oito só vieram a partir de junho, quando virou titular do ataque coxa-branca. Para saber se a história vai se repetir em Porto Alegre, resta esperar. Por enquanto, ele é mesmo o 12º jogador colorado.
Participações de Parede nos últimos jogos:
Inter 2x0 Avaí (entrou aos 28min do 2ºT)
Paysandu 0x1 Inter (saiu aos 72min)
Santos 0x0 Inter (jogou os 90min)
Inter 3x1 Paysandu (entrou aos 9min do 2ºT)
Inter 2x0 CSA (não entrou)
Inter 3x1 Cruzeiro (entrou aos 25min do 2ºT)
River Plate 2x2 Inter (jogou os 90min)
Palmeiras 1x0 Inter (entrou no intervalo)
Inter 2x1 Flamengo (entrou aos 22min do 2ºT)
Chapecoense 2x0 Inter (não entrou)
Os números de Parede
23 jogos
9 como titular
1.017 minutos em campo (equivalente a 11 jogos completos)
2 gols
1 assistência
13 vitórias
5 empates
5 derrotas