Assim como aconteceu diante de Vitória e São Paulo, o Inter ganhou de virada e na base do sofrimento. O 2 a 1 sobre o Atlético-PR, com um gol de pênalti (duvidoso) aos 48 minutos do segundo tempo, manteve o time gaúcho firme na briga pela vaga direta à Libertadores. Com o gol de D'Alessandro, a equipe de Odair Hellmann voltou à vice-liderança do Brasileirão, cinco pontos atrás do Palmeiras, que tem uma tabela suave até o final do campeonato.
No próximo domingo, o Inter reencontrará o técnico Lisca, no difícil confronto contra o empolgado Ceará, no Castelão, em Fortaleza. E terá os retornos de Rodrigo Dourado, de Edenilson, e de Jonatan Alvez, que não atuaram diante do Atlético-PR porque estavam suspensos.
- A equipe fez mais uma vez a virada com muita alma e dedicação - elogiou Odair Hellmann. - Na minha vida, procuro olhar para dentro primeiro, para o nosso trabalho. Claro que vamos assistir aos jogos do Palmeiras, aquela torcida para que percam. Mas de que adianta eles perderem e nós não ganharmos? Temos de focar nas nossas vitórias. Esse é um campeonato de regularidade - acrescentou o treinador do Inter, que segue confiando no título.
Odair vivenciou algo diferente na noite de domingo no Beira-Rio: vaias. Ao sacar Leandro Damião e colocar Wellington Silva em seu lugar, o técnico foi apupado pela torcida:
- Vaias fazem parte de quem é treinador. Já fui bastante aplaudido, me vaiaram na substituição. Agradeço sempre ao torcedor. Que me vaiem e não vaiem o jogador. Somos o segundo colocado, com 61 pontos. A lua de mel com o torcedor continua.
Já o técnico do Atlético-PR, Tiago Nunes, reclamou da arbitragem, que o Inter foi beneficiado, e que o seu clube vem sendo perseguido pela CBF:
- Não foi pênalti, quem marcou foi o árbitro de trás. A chance de o Atlético-PR ir para a Libertadores é ganhar a Sul-Americana. No Brasileirão, é impossível. Estamos perdendo muitos pontos para os adversários e para a arbitragem. O jogo contra o Santos nos foi tirado, agora para o Inter. O Atlético-PR é a equipe mais prejudicada do Brasil por suas posições políticas bem definidas contra a gestão do futebol brasileiro. Acaba respingando dentro do campo.
Apesar do protesto de Nunes, Odair se manteve firme e voltou a defender o VAR para as últimas rodadas do Brasileirão.
- Falei com o Rossi (em quem o pênalti foi marcado) e ele disse que sentiu o empurrão. Não vi o lance. Mas, olhando com calma, se não foi pênalti, mais se precisa do VAR. O Inter está tomando a inciativa de colocar o VAR à disposição para ajudar os árbitros. Precisamos de ferramentas que possam minimizar esses processos para a arbitragem. Se não foi pênalti, o Atlético-PR tem todo o direito de reclamar - afirmou Odair Hellmann.
Enfrentando os reservas do Atlético-PR _ uma vez que os paranaenses estão mais interessados nas semifinais da Copa Sul-Americana, em que enfrentarão o Fluminense _, o Inter precisou de mais de 20 minutos para entrar de vez no jogo em pleno Beira-Rio.
Sem Rodrigo Dourado nem Edenilson, com Gabriel Dias e Juan Alano em campo, D'Alessandro foi obrigado a recuar _ em diversas vezes foi visto armando as jogadas na frente de Rodrigo Moledo e de Víctor Cuesta. O futebol colorado no primeiro tempo foi quase indigente. Patrick também pouco ajudou na criação e no ataque.
No segundo tempo, Odair insistiu na formação inicial e não mexeu na equipe. Mas as coisas poderiam piorar, sim. Aos 19 minutos, Patrick perdeu a bola para Camacho, que correu até a entrada da área e bateu, Marcelo Lomba estava enquadrando o corpo para defender, quando Moledo desviou a bola: Atlético-PR 1 a 0. O gol fez o Inter se desesperar, precipitar as jogadas e, por pouco, não levar o segundo gol.
Aos 34 minutos, Odair, enfim, desistiu de Gabriel Dias e mandou Rossi a campo. A velha tática de empilhar atacantes em desespero surtiu efeito. Dois minutos depois, Wellington Silva cruzou na área e Moledo surgiu para se redimir e empatar o jogo.
Odair Hellmann arrumou o time ao sacar Gabriel Dias. Aos 47 minutos, Rossi foi derrubado na área. Pênalti que D'Alessandro bateu, marcou e virou para o Inter. O time segue firme na briga pela vaga à fase de grupos da Libertadores e ainda mantém um pouco de esperança no título.