A liberação de Jonatan Alvez, cujo nome apareceu no Boletim Informativo Diário da CBF, aumenta definitivamente o número de opções de Odair Hellmann para a sequência do Brasileirão. O treinador do Inter, agora, tem possibilidades para montar o time, variar esquemas e fazer substituições sem perder qualidade e surpreendendo adversários. A primeira chance é nesta quinta-feira, às 20h, contra o América-MG, no Independência, pela 15ª rodada da competição.
Desde o início do ano, o técnico anunciou que montaria dois sistemas e tentaria fazer os jogadores assimilá-los. O básico é o 4-1-4-1, no qual um tripé de volante abre o meio-campo e solta os dois pontas para se juntar ao centroavante.
A primeira variação simples é para o 4-4-2, com uma linha de quatro jogadores na defesa e outra no meio, liberando os atacantes para se movimentar livremente. A segunda é o 4-2-3-1. A rigor, a mudança neste caso é recuar um dos homens da frente para compor no meio-campo. No último jogo, contra o Ceará, o treinador usou as três formações.
— O Flamengo perdeu jogadores, Atlético-MG perdeu seus principais jogadores e o Palmeiras também. Não tem ninguém sobrando. Mantivemos o grupo e trouxemos reforços — comemorou o vice de futebol colorado, Roberto Melo.
Nesse cenário, a versatilidade dos jogadores importa. À parte alguns jogadores que têm funções bem específicas, como laterais, zagueiros e centroavantes, praticamente todos os outros executam mais de uma atividade. Pegue-se o caso de D'Alessandro, por exemplo. Meia de origem, ele pode atuar aberto ou no meio do 4-1-4-1 e ser segundo atacante no 4-4-2. Pottker também joga pelos lados ou centralizado, bem como Nico López e até Lucca.
— Temos uma postura e um sistema definidos. Precisamos fazer nosso jogo e estar preparado para as alternativas, os posicionamentos táticos, que dentro dos 90 minutos, têm muitas variações. Estamos preparados para todas as situações — comentou o goleiro Danilo Fernandes.
Para enfrentar o América-MG, a tendência é de iniciar no 4-1-4-1, o sistema mais utilizado até agora na temporada. Como D'Alessandro e Leandro Damião ainda não estão 100%, devem permanecer no banco, assim como Jonatan Alvez e Emerson Santos.
Lucca, que retorna de suspensão, pode aparecer na ponta esquerda, deixando Nico López na direita e Pottker como centroavante. No meio, Charles vai para o lugar de Rodrigo Dourado, que levou terceiro cartão amarelo.
— Como não tinha um organizador à disposição, o Inter achou uma identidade montando um triângulo defensivo no meio e apostando na força, na imposição física e no jogo mais agudo — aponta o comentarista Renato Rodrigues, da ESPN.
A variação de estilo que a presença de D'Alessandro pode dar, porém, já foi vista contra o Ceará, e será cada vez mais importante, já que o Inter deve entrar na mira dos adversários em razão da boa campanha. O terceiro lugar na tabela, somado aos 10 jogos invicto, poderão aumentar a visibilidade da equipe.
— É natural que os adversários tenham uma preocupação maior com as equipes que estão lá em cima da tabela. Isso é mérito nosso, pois estamos conquistando isso diariamente, não só nos jogos — complementa Danilo.