O conflito entre Brigada Militar e torcedores do Inter em frente ao Beira-Rio antes do jogo entre Inter e Corinthians nesta quarta-feira gerou inúmeras críticas de colorados aos policiais – inclusive do vice-presidente de Relacionamento Social do clube, Norberto Guimarães. Para o Tenente-Coronel Alexandre Brite da Silva, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, a BM apenas reagiu depois de buscar conversar com os torcedores, que ocupavam a Avenida Padre Cacique e impediam a passagem de carros e do próprio ônibus do Inter, que se deslocava para o estádio.
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Por que houve a ação da BM?
A torcida se organizou para fazer o Ruas de Fogo. Em vez de se postarem no local correto, tomaram conta da via, bloquearam o trânsito. Havia congestionamento até depois da Ipiranga, trancou tudo. Trancou o público que estava indo e trancou inclusive a delegação do Inter, que tinha que sair do hotel e não tinha como ir. Eles estavam esperando a delegação passar, só que não ia passar nunca com a via bloqueada. Nosso oficial foi conversar com eles, mas disseram "Aqui é nós, aqui não tem". É uma massa muito grande, se tomam pelo espírito. Disseram "aqui ninguém passa", mas dissemos que eles tinham que desocupar a via. Houve um confronto, eles nos atacaram com pedras e garrafas. A Brigada Militar agiu à altura. Inclusive um soldado foi para o Banco de Olhos, porque foi atingido por uma garrafa, e entrou um caco de vidro no olho. Isso que ele estava de capacete com viseira.
Você avalia que houve truculência desnecessária, como os torcedores citam?
Eu considero que a ação foi à altura. Nós tínhamos um pelotão de 25, 30 homens para uma massa de pessoas. As pessoas se prevalecem porque estão num grupo grande e passam a desafiar os policiais. Não vamos deixar a autoridade ser desrespeitada.
Há alguma maneira de tomar este tipo de ação sem eventuais casos de violência?
A forma existe, o problema é que a torcida não aceitou. Pedimos para eles desocuparem a via. O público tem que chegar ao estádio. Nem o time poderia chegar ao estádio. Eles mesmo estavam prejudicando o evento do Ruas de Fogo. A BM não sai "sentando o cacete", como se diz de forma chula. A Brigada Militar conversa, busca solução, só que as pessoas se prevalecem.
Houve um incidente com um ônibus do Corinthians depois do jogo?
Eu recebi uma ligação de um cidadão de São Paulo me comentando isso, mas não tive confirmação porque estou fora de Porto Alegre.
Haverá algum policial punido de alguma maneira?
Por enquanto, não. Estamos fazendo um relatório. Sempre fazemos, até para objetivar a transparência da operação.
A BM pretende impedir futuros eventos do Ruas de Fogo?
Isso não depende de nós, é entre clube e torcida. A Brigada não tem nada contra, participa do evento para oportunizar a segurança da pessoas. Poderiam ter feito, desde que tivessem deixado a via para que o ônibus passasse.
*ZHESPORTES