O lateral Fabrício, 28 anos, perdeu o rumo da vida na noite de quarta-feira no gramado do Beira-Rio de Copa do Mundo de 2014. Jogou a camisa do Inter no chão, fez gestos obscenos para a torcida e foi expulso. Selou o fim da sua carreira de quase cinco anos no Rio Grande do Sul. Envergonhou todos que gostam de futebol.
Fabrício agiu sem pensar. Descontrolado, não aceitou a interferência dos colegas, nem dos mais próximos, dos amigos, dos funcionários do clube. Empurrou uns, gritou com outros. Era ele contra o mundo.
Fabrício não agiu como um profissional. Errou. Merece a punição que o clube definir. Seu futuro é em outro Estado.
Fabrício é culpado, não deverá mais vestir a camisa do clube, desrespeitou o manto colorado, mas também é vítima. Desde 2013, o jogador paulista é o alvo número 1 de parte da torcida colorada. Ele é vaiado em quase todos os jogos, é sempre culpado de quase tudo. O fã colorado queria Fabrício fora do time, longe do banco, em outro clube. Uma torcida pode ser cruel em determinados momentos com um jogador. A do Inter não é única no Brasil.
As vaias formaram uma represa na cabeça do atleta, que já havia apresentado problemas em outros jogos. Foram se acumulando. Uma noite, má jornada, o dique explodiu. Fabrício mostrou, em gestos, tudo aquilo que desejava expressar em palavras para cada torcedor que o atacou durante, no meio e depois das partidas. Não segurou a pressão. Desabou. Perdeu todos os nortes.
Falar em justa causa é grave. Falar em ajuda médica é mais civilizado. Fabrício, com ou sem problemas na vida particular, que não vou entrar em detalhes, dá sinais de descontrole desde o ano passado. Se o Inter notou, não avisou o jogador. Se falou, escondeu de todo o mundo.
Fabrício precisa de ajuda, mesmo que ele deixe o Inter nos próximos minutos.
O jogador Fabrício errou feio. Vai sofrer as consequência.
É preciso salvar o outro Fabrício, o que vive fora do futebol.
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