Diz-se que Aguirre deverá ressuscitar o esquema 3-5-2 no Beira-Rio para sepultar a peneira defensiva desta temporada. O fato é que qualquer tentativa emergencial de barrar a avalanche adversária é válida nesse momento, mas a volta dos três zagueiros parece mais a confissão de que o time não consegue jogar o futebol desejado por todos do que a afirmação de uma convicção futebolística.
Aguirre confirma 3-5-2 no Inter com Juan na zaga e dois atacantes
Por isso, embora a mudança no padrão de jogo possa dar algum resultado imediato, não deve mascarar os verdadeiros problemas da equipe: falta de jogadores mais talentosos ou em melhor fase em posições como zaga e laterais, capacidade de compactação e de aproximação para jogadas em velocidade (o que não depende de esquema, mas de organização).
Confira como ficou a tabela do Gauchão depois da derrota do Inter
O 3-5-2, por sinal, muitas vezes veio à baila no Beira-Rio como muleta em momentos mais instáveis. Foi assim algumas vezes com Muricy Ramalho, por exemplo, antes de encaixar o time que viria a ser o verdadeiro campeão brasileiro de 2005. Já em 2006, se a memória não me deixa na mão tipo o Muriel, chegamos a utilizar três zagueiros com sucesso em algumas partidas na campanha do título da Libertadores. Fossati, por sua vez, quase enterrou o Inter com o covarde 3-6-1.
Diogo Olivier: Diego Aguirre avisou que ia mexer
Mas a tríade de defensores sempre acabou abandonada em favor de um outro sistema, seja o saudoso 4-4-2 ou o modernoso 4-2-3-1. Parte da dificuldade em manter os três zagueiros no Beira-Rio e na maioria dos clubes brasileiros - embora tenha contribuído para a conquista do Penta com Felipão em 2002 e até virado moda depois disso entre muitos times do país - se deve a fatores como a dificuldade de os laterais se converterem em alas de fato e a falta de criação no meio-campo.
Luiz Zini Pires: Diego Aguirre está só no Beira-Rio
Fabrício, por sinal, não é um primor de disciplina tática. Além disso, corre-se o risco de perder capacidade de articulação no meio se o esquema vier com excesso de volantes, e deixar o ataque ainda mais à míngua. Muitos consideram o modelo ultrapassado, embora a Juventus venha utilizando na Itália com bons resultados, por exemplo.
Aguirre minimiza erros defensivos: "Os problemas são de todo o time"
Mas deve ser louvada, ao menos, a disposição de voltar a se discutir esquema tático no Inter em busca de uma melhor formação. Nos últimos anos, a despeito de pequenas variações, vemos um time pouco criativo e um atacante quase sempre isolado à frente. Quem sabe Winck não se encaixa melhor nesse novo velho sistema? Ou Aránguiz não fica mais solto?
Tendo isso em mente, podemos até voltar a testar os três zagueiros mais uma vez. Mas saiba-se que são um paliativo, e não uma solução mágica para os verdadeiros problemas da equipe. Esses precisam seguir sob combate.
Não deixe de conferir a página do #ColoradoZH de cara nova: http://zh.com.br/inter
Acompanhe o Inter no Brasileirão através do Colorado ZH. Baixe o aplicativo:
IOS
*ZHESPORTES