Investigado por suposta agressão doméstica contra sua ex-companheira, Alexandre Mendes, 60 anos, auxiliar técnico de Renato Portaluppi no Grêmio, tem uma medida protetiva em vigor contra si. Zero Hora teve acesso aos documentos do pedido da ação contra o profissional, com depoimentos da mulher. A reportagem também obteve a manifestação da defesa, afirmando que ele jamais a agrediu e pedindo a “condenação por litigância de má-fé”.
De acordo com os documentos, a suposta vítima compareceu à 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Porto Alegre no dia 26 de agosto de 2024 para solicitar medida protetiva contra Alexandre Mendes. No dia seguinte, 27 de agosto, o 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar do Foro Central da Comarca de Porto Alegre, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, concedeu a medida com validade de seis meses.
Mendes está proibido de se aproximar ou entrar em contato com a suposta vítima, inclusive por telefone e internet (e-mail, redes sociais etc.), mantendo uma distância mínima de 300 metros dela, sob pena de ser decretada prisão preventiva. Ela também não poderá se aproximar dele, da sua residência e do seu local de trabalho, ficando vedado qualquer tipo de contato com ele, inclusive por telefone e meios eletrônicos, sob pena de perda da medida de proteção.
No depoimento prestado na 1ª Deam, a mulher alegou sofrer violência doméstica do seu ex-companheiro, com quem tinha uma relação de 6 anos e 6 meses. Eles se separaram 15 dias antes do pedido de medida protetiva. O relacionamento dos dois se iniciou em 2018 e ela contou que Mendes teria começado a ter comportamentos agressivos em 2019. A suposta vítima conta que o então companheiro a chamava de “destemperada, louca e ordinária”, e ainda acrescenta sobre a descoberta de que Alexandre era casado.
Em 2020, ela relata que o auxiliar técnico começou a agredi-la fisicamente, “com cabeçadas, empurrões, tapas e socos no peito”. Na época, ela não registrou ocorrência por medo, alegando que ele “iria até o final do mundo” atrás dela.
Em seu depoimento, a suposta vítima contou ainda que em momentos de briga, Mendes dava para ela medicamentos, como rivotril e zolpidem, que a deixavam “descoordenada”. No início de agosto deste ano, a mulher relata que realizou um procedimento estético nos glúteos. No dia 2 daquele mês, Alexandre a teria empurrado, batendo o local do procedimento com uma porta, causando sangramento.
Defesa de Alexandre Mendes nega agressões e rebate depoimento
Zero Hora também teve acesso ao documento em que o advogado Sérgio Queiroz pediu a revogação da medida protetiva contra Alexandre Mendes. A defesa alega que a medida está sendo usada de forma indevida para benefício próprio ou vingança, o que pode resultar em “injustiças graves, e até mesmo definitivas”. A defesa alega que a mulher incorreu no crime de “denúncia caluniosa”.
“A suposta vítima faltou com a verdade — deliberadamente — com o manifesto intuito de chantagear (auferir vantagem financeira ilícita) e causar dano à moral e à imagem do requerido”, afirmou a defesa de Alexandre Mendes na manifestação.
De acordo com o documento, o profissional externou que o namoro não tinha mais como continuar, por conta das constantes brigas, ameaças e agressões praticadas pela mulher.
Sobre o depoimento da mulher, em que fala sobre agressões físicas e medicamentos que tomava a contragosto, a defesa disse que o auxiliar gremista jamais a agrediu, lhe deu remédios ou a trancou dentro do apartamento.
O documento nega que tenha ocorrido agressão no início de agosto deste ano. A defesa alega que Mendes não estava em Porto Alegre no dia em que ela afirma ter sido agredida após o procedimento estético. Além disso, há imagens de conversas entre os dois que mostram um diálogo normal.
Com o documento, a defesa do auxiliar técnico pretendia revogar as medidas protetivas, instaurar um inquérito para apuração do crime cometido pela suposta vítima e a condenação dela por litigância de má-fé. Contudo, as medidas seguem ativas, conforme o Tribunal de Justiça do Estado.
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