O gramado sintético da Arena da Baixada, no Paraná, é um dos fatores de atenção para a partida do Grêmio contra o Athletico-PR no próximo domingo (4), às 16h, pela 21ª rodada do Brasileirão.
São dois os motivos que colocam o campo como um dos protagonistas da partida. Primeiramente, devido às duras críticas de Renato Portaluppi ao uso desse tipo de piso no futebol. Além disso, também foram observadas as condições que o gramado apresentou na partida entre o Furação e o Bragantino, na quarta-feira (31), pela ida das oitavas de final da Sul-Americana.
Visivelmente escorregadio, até para quem acompanhava o duelo pela televisão, o campo da Arena da Baixa interferiu no resultado da partida. Mastriani escorregou ao bater um pênalti, no final do primeiro tempo, e a arbitragem anulou o lance, por dois toques. Antes, aos cinco minutos de jogo, Cuello também caiu ao finalizar da entrada da área e desperdiçou uma boa chance para os donos da casa, que acabaram vencendo por 2 a 0.
Zero Hora conversou com repórteres que cobriram a partida no local. Não há relatos de que o gramado esteja prejudicado além do que se vê em linhas gerais em outros campos do futebol brasileiro. Os jornalistas apontam que o campo pode, sim, ter dado sinais de desgaste — o piso não natural tem sido utilizado desde 2016.
De acordo com o repórter Edson Thomaz, da Rádio CBN, o aspecto "enlameado" que o campo apresentou não se deve a barro, mas às fibras de coco, utilizadas no preenchimento do gramado para melhorar a absorção da umidade.
— O que se viu, de repente, foi que se molhou demais o gramado, mais do que se rega normalmente (para que a bola corra de forma mais rápida) — acrescenta o jornalista.
A opinião é compartilhada pelo repórter Luiz Ferraz, que também esteve na partida pela emissora curitibana.
— Acredito que o gramado sintético da Arena já está prestes a ser trocado. Há um certo desgaste das últimas temporadas. E pra piorar, pelo menos na minha visão, eles molham de maneira exagerada o gramado um pouco antes do início do aquecimento. Tanto que, ainda no primeiro tempo, o Mastriani, ao bater o pênalti, escorregou e perdeu a penalidade e a chance do Athletico fazer o terceiro gol. Não é um gramado ruim, longe disso, mas também não está entre os melhores da Série A — opina Ferraz.
Na bronca
Na entrevista coletiva da última quarta-feira (31), Renato Portaluppi soltou o verbo sobre o uso de gramados sintéticos no futebol brasileiro. Ao ser questionado sobre o palco do próximo jogo gremista, ele criticou esse tipo de campo de uma forma geral.
— O pior veneno para o jogador de futebol é a grama sintética. Eu joguei e posso falar de boca cheia isso. É uma grama que para você torcer o joelho, torcer o tornozelo, ter uma lesão séria, é fatal. Eu falo para os meus jogadores: vocês precisam se unir, abrir a boca, dar as suas opiniões, que vocês não gostam de jogar em grama sintética, porque é terrível para os jogadores — criticou.
O repórter Edson Thomaz afirma que as lesões por conta do gramado não são uma realidade quem joga na Arena da Baixada. Ao menos, para os jogadores do Athletico-PR.
— O Athletico não teve nenhuma lesão grave por conta do gramado sintético. O ano passado, por exemplo, o Pedro Henrique (zagueiro) se lesionou em uma partida contra o Flamengo, mas pisou errado, teve uma lesão de tornozelo. O Athletico tem lesões musculares, por conta dos jogos, mas não por impacto do gramado — explica Thomaz.
Em abril de 2024, contudo, o atacante Wanderson, do Inter, sofreu uma lesão ligamentar na Arena da Baixada ao tentar roubar a bola de Julimar. Ele prendeu o pé no gramado e ainda foi atingido no tornozelo pelo joelho do adversário.