Depois do êxtase com a vitória sobre o The Strongest, a realidade que o Grêmio enfrentará nas próximas semanas deu as caras. Sem ritmo de jogo e entrosamento da equipe reserva, o Tricolor foi batido pelo Bragantino no Couto Pereira no último sábado. A derrota por 2 a 0 deixa o time com seis pontos após cinco rodadas do Brasileirão. Mesmo com o Z-4 ameaçando no retrovisor. Um risco calculado para ter as melhores condições possíveis de classificação nesta terça-feira, contra o Huachipato, pela Libertadores.
Renato Portaluppi, em sua entrevista após a partida, manteve o mesmo discurso de suas últimas manifestações. Como disse após a goleada sobre o The Strongest, será muito difícil enfrentar os próximos adversários em condições de igualdade. E por isso a opção de usar uma equipe reserva no último final de semana.
— Terça-feira é um jogo que nos coloca na próxima fase ou nos tira da próxima fase — afirmou o treinador, depois de explicar as consequências das escolhas do jogo em Curitiba.
— Sabíamos que encontraríamos dificuldades. A falta de entrosamento e, principalmente, o ritmo de jogo. Não adianta que não vamos escapar disso. Isso pesa. Levamos um gol com dois minutos. Atacamos para buscar o resultado e damos espaço. Quando ia fazer as mudanças, aconteceu o pênalti. Vamos pegar adversários jogados. Estaremos ainda 10 pessoas. Não é desculpa, é fato — lamentou Renato.
As palavras do técnico foram respaldadas pelo goleiro Rafael Cabral. Na saída de campo, o veterano explicou o momento que os jogadores estão enfrentando.
— A gente queria muito a vitória. Estamos 20 dias longe da nossa família, treinando em lugares diferentes e viajando. Não temos previsão de volta para casa. E muito provavelmente ficaremos mais 40 dias viajando e jogando. Todo esse sacrífico é para vencer. Ir para hotel é muito ruim. Tem um processo, que leva tempo, mas tentaremos adiantar isso — afirmou.
Renato explicou que a ideia do clube nesta retomada do calendário é focar seus esforços em jogos avaliados como mais importantes. Ou mais decisivos, como é o caso da briga por classificação na Libertadores.
— Estou direcionando uma equipe mais forte para os jogos principais. Ainda temos 33 rodadas no Brasileirão. Se perdermos na terça, estamos fora. A cada três dias, fica difícil. No momento, é impossível repetir a equipe — comentou o técnico.
Mesmo com a decisão desta terça-feira apontada como prioridade, o Grêmio sabe que seu calendário em junho será de muitas dificuldades pela frente. Incluindo problemas logísticos. O Gre-Nal, marcado para o dia 23, é a questão central. Antes da partida contra o Bragantino, o presidente Alberto Guerra disse que o Inter recusou a proposta de campo neutro nos dois clássicos.
Depois a viagem ao Chile, o Grêmio retorna a Curitiba para enfrentar o Estudiantes no próximo sábado (8). Depois a delegação viajará ao Rio de Janeiro, para jogar contra o Flamengo no dia 13. A tentativa de inverter o mando com o Botafogo, e permanecer no Rio, para o dia 16 não deu certo. A direção gremista estuda onde mandar essa partida. O pedido de inversão de mando com o Fortaleza também não prosperou, e a partida do dia 19 será no Castelão.
O que torna a programação para o Gre-Nal do dia 23 de junho uma incógnita. Duas outras opções estudadas também apresentam problemas de datas. O Estádio Mané Garrinha, em Brasília, tem show marcado para o dia 21 de junho. No caso do Estádio Couto Pereira, em Curitiba, o entrave é a realização da partida entre Athletico-PR e Corinthians na cidade no mesmo domingo.