Um por todos, todos por um.
O lema dos Três Mosqueteiros, romance de Alexandre Dumas que inspirou a adoção do Mosqueteiro como mascote do Grêmio, ganhou um novo significado para os gremistas. Três palavras que se repetem, mas que acertam em cheio no sentimento que permeia torcedores, jogadores, comissão técnica e direção.
Depois do foco na solidariedade para ajudar os afetados pelas inundações e enchentes no Rio Grande do Sul nas últimas semanas, é esse voto de união que embala o grupo e o Estado nos próximos passos para o retorno da normalidade. Uma força a mais para a retomada das competições para o Tricolor, que nesta quarta-feira (29) enfrenta o The Strongest, às 19h, no Estádio Couto Pereira.
Hoje, no 13º dia do grupo longe de Porto Alegre, o futebol volta a fazer parte da rotina do clube. Agora em Curitiba, e 743 quilômetros distante de casa, o Grêmio tem um jogo decisivo da Libertadores a disputar. Mesmo que a partida seja válida pela sexta rodada da fase de grupos, ainda restam outros dois compromissos atrasados aos gaúchos na competição.
Claro que ainda persistem desafios muito maiores do que uma partida de futebol, mesmo com a classificação às oitavas de final da Libertadores em jogo. Enquanto o povo da Vila Farrapos e do Humaitá luta para recuperar sua dignidade e o direito de voltar às casas, o Tricolor também espera pela água baixar para poder fazer o mesmo em relação à Arena.
Os jogadores que viveram intensamente a realidade do salvamentos de pessoas ilhadas, agora voltam de vez a ter os gramados como rotina. E o primeiro compromisso tem um peso imenso para as pretensões traçadas quando o ano ainda não estava marcado pela tragédia climática no Rio Grande do Sul.
— Estamos voltando aos gramados em um período difícil. Sabemos da importância desta partida não só pela nossa campanha na Libertadores, mas também para dar um pouco de alegria e esperança para aqueles que estão sofrendo no Rio Grande do Sul. Vamos jogar com muita garra, determinados a conquistar essa vitória e, de alguma forma, tentar aliviar a dor de todos os gaúchos — disse Dodi, que deve ser titular no lugar do suspenso Villasanti.
Agora, com a bola rolando novamente, os jogadores tentam recuperar a situação do clube na Libertadores. Na lanterna do Grupo C, com três pontos em três rodadas disputadas, o Grêmio precisa vencer o The Strongest para manter chances de avançar na competição. Com 10 pontos em cinco jogos, os bolivianos estão com classificação encaminhada.
— Acho que no dia a dia estão sendo profissionais, têm treinado e feito tudo. O teste final será na quarta-feira (hoje), no dia do jogo, para ver como eles vão sentir. Por isso que essa desigualdade é muito grande, porque se pudéssemos jogar na Arena, a gente poderia abraçar o público e eles abraçarem o nosso grupo. Todo o torcedor do Grêmio que puder comparecer no Couto Pereira, e até mesmo de outros clubes, será bem-vindo e a gratidão será eterna — pediu Renato Portaluppi.
Com esse propósito de unir gremistas no estádio, pelas ondas do rádio ou da televisão, o futebol é um caminho para a retomada da normalidade. E com todos juntos nesse caminho difícil que precisará ser trilhado. Dentro e fora dos gramados.