Vindo de duas vitórias seguidas no Brasileirão, o Grêmio agora buscará somar os primeiros pontos na Libertadores. E o adversário desta terça-feira (23) vive um grande momento. O Estudiantes venceu seus últimos cinco jogos e chega embalado com a classificação para a semifinal da Copa da Liga Argentina. Saiba como joga e os pontos fortes e fracos do time comandado por Eduardo Domínguez.
O Estudiantes tem tido um calendário apertado com o início da Libertadores coincidindo com afunilamento da Copa da Liga Argentina. A partida contra o Grêmio será a sétima do clube em 21 dias. Por conta dessa sequência, Eduardo Domínguez tem rodado o elenco, o que ajuda a criar dúvidas na escalação para o jogo desta terça.
Domínguez tem o costume de montar o time variando esquemas táticos e também posicionamentos de alguns jogadores. A equipe normalmente atua com uma linha de quatro defensores, variando formações do meio para frente em 4-4-2, 4-2-3-1 e 4-3-2-1. O treinador, porém, também já usou um sistema com linha de cinco defensores na temporada.
Como joga
Independentemente da formação, o Estudiantes tem um padrão definido de jogo. A equipe se baseia e ter um meio-campo com bastante capacidade de trocar passes. O principal nome nesse setor é Enzo Pérez, o experiente volante multicampeão pelo River Plate e vice-campeão com a seleção da Argentina na Copa do Mundo de 2014.
Aos 38 anos, Pérez não tem a vitalidade dos seus melhores tempos, mas mantém a qualidade técnica. Para compensar o déficit físico dele, Eduardo Domínguez costuma escalar ao seu lado Santiago Ascacibar, 27 anos, jogador criado na base do Estudiantes e que voltou da Europa no ano passado comprado por 2,5 milhões de euros do Hertha Berlim.
Além de Enzo Pérez e Ascacibar, outro nome certo no time titular do meio para frente é o colombiano Edwuin Catré. Ponta, Cetré é um jogador que tem a velocidade como ponto forte e tem seu posicionamento variado. Eduardo Domínguez costuma escalar Cetré no lado que identifica a maior dificuldade defensiva do adversário. Como o Grêmio tem desfalques no lado esquerdo, a tendência é de que Cetré seja escalado para tentar explorar esse setor.
As alternativas
Uma das dúvidas na escalação do Estudiantes está no comando do ataque. Javier Correa é o artilheiro da equipe na temporada, com sete gols, mas Guido Carrillo aproveitou bem as chances dadas por Domínguez com rodízio na escalação. O camisa 9 anotou seis gols nos últimos cinco jogos e pode ganhar a posição. Carrillo e Javier Correa têm características diferentes. O primeiro é o típico nove de área, enquanto o outro é um jogador de maior movimentação e que busca atacar espaços.
O sistema tático do Estudiantes dependerá da escolha de Domínguez dos outros dois jogadores que formarão o sistema ofensivo. Thiago Palacios, ponta, é opção para a equipe atuar no 4-2-3-1 tendo José Sosa como meia central por trás do centroavante. Foi assim, por exemplo, que o Estudiantes jogou na vitória sobre o The Strongest, em seu último jogo pela Libertadores.
José Sosa é outro jogador bastante experiente do Estudiantes. O meia de 38 anos tem passagens por clubes como Bayern de Munique, Atlético de Madrid e Napoli, mas, pela idade avançada, tem sua presença na equipe dosada pelo treinador.
Entrada de mais um volante
Eduardo Domínguez também pode escalar a equipe tendo mais um volante na equipe. O mais cotado é Fernando Zuqui, conhecido do Grêmio dos confrontos pela Libertadores de 2018. Nesse caso, Thiago Palacios deixaria o time. A formação, assim, é alterada para um 4-3-2-1. Sem bola, um dos volantes, Ascacibar ou Zuqui, ganha a missão de fazer a marcação pelo lado do campo para a equipe formar uma linha de quatro com Cetré recuando pelo outro lado.
Com bola, esse jogador centraliza para o Estudiantes ter um trio de meio-campistas. Foi assim que Eduardo Domínguez montou a equipe em vitória sobre o Boca, há duas semanas, pela Copa da Liga.
Possibilidade de surpresa
Uma surpresa na escalação do Estudiantes pode aparecer com Javier Correa e e Guido Carrillo juntos. Eduardo Domínguez não iniciou nenhum jogo na temporada com os dois centroavantes. Essa medida poderia ser adotada por uma ideia do treinador de aproveitar o bom momento de Carrillo sem abrir mão de Correa. Com os dois juntos, Sosa deixaria a equipe.
Dúvida na zaga
O Estudiantes tem uma dúvida em sua defesa por questão clínica. Titular absoluto da zaga, Federico Fernández tem uma lesão muscular e ficou fora dos últimos três jogos da equipe. Se ele não puder atuar, Luciano Lollo será o companheiro de Romero na zaga. Nesse caso se trata de dois nomes bastante experientes. Fernández, 35 anos, teve uma longa carreira na Europa e esteve no elenco da Argentina que disputou a Copa do Mundo de 2014. Lollo é ainda mais veterano, tem 37 anos, e viveu sua melhor fase no Racing, clube que defendeu de 2014 a 2016.
Para o Grêmio cuidar
Além da troca de passes pelo centro do campo, o Estudiantes aposta muito no apoio de seus laterais quando ataca. O Tricolor precisa cuidar esses avanços, pois a partir dessas subidas que Domínguez busca tanto os cruzamentos para o centro do ataque quanto atrai a marcação e faz a bola chegar aos homens de meio-campo.
Para explorar
Ao mesmo tempo que os laterais geram preocupações defensivas para o Grêmio, às costas deles aparecem como ponto para explorar. Outro ponto que o time argentino costuma ter problema na bola aérea defensiva. Se Lollo jogar na zaga, o Estudiantes passa a sofrer ainda mais com falta de velocidade em sua linha defensiva. O goleiro Mansilla, que virou titular nesta temporada, ainda não está consolidado.
Estudiantes na temporada
Na Copa da Liga Argentina
- 15 jogos
- 22 gols marcados
- 9 gols sofridos
- 1,5 por jogo feitos
- Terminou 9 jogos sem sofrer gol
- Artilheiro na Copa da Liga: Guido Carillo, 5 gols
Na Libertadores
- 2 jogos
- 3 gols marcados
- 1 gol sofrido
- Quem fez os gols: Cetré, Carrillo e Correa, um cada
Total da temporada:
- 19 jogos
- 11 vitórias
- 4 empates
- 4 derrotas
- 29 gols marcados
- 13 gols sofridos
- Artilheiro no ano: Javier Correa, 7 gols