Um, dois, três, quatro, cinco, seis e sete. A contagem comandada no telão da Arena marcou o começo da festa do heptacampeonato do Grêmio no gramado do estádio depois da vitória de 3 a 1 sobre o Juventude. Um corre-corre sem fim de uma comemoração que teve início depois do apito final do árbitro Rafael Klein. E que teve Renato Portaluppi como maestro do início ao fim da festa.
A comemoração dos heptacampeões, no entanto, não se estenderá além deste domingo. A festa dará lugar aos treinos de preparação para a partida desta terça-feira (9) contra o Huachipato-CHI, às 19h, na Arena, pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores. Agora que o Rio Grande do Sul está por mais um ano pintado de azul, preto e branco, o foco no clube se volta para conquistar a América pela quarta vez.
No jogo de terça, o Tricolor buscará se recuperar da derrota na primeira rodada, quando perdeu para o Strongest por 2 a 0, na Bolívia. O time gaúcho está em último lugar no grupo C.
Conexões entre gerações no Gauchão
A cena da noite de sábado em Porto Alegre foi a conexão entre passado e presente do Tricolor. Joãozinho, heptacampeão de 1968, não conteve as lágrimas ao entregar a taça para Geromel celebrar a repetição do feito 56 anos depois.
De camisa branca, e com a 7 às costas, Renato erguia os braços em direção aos seus jogadores para organizar o início da cerimônia de entrega das medalhas. Só parou para abraçar Paulo Paixão e Roger Machado. Uma multidão divida entre repórteres, funcionários, dirigentes e familiares dos atletas se espalhou no campo durante a celebração. Villasanti, com a taça na mão, fugiu o quanto conseguiu das tentativas de entrevista. Ao responder se o troféu era pesado, mandou um recado ao rival.
– É pesada. Tem alguns que não sabem – disparou.
Quase uma hora depois, na sala de entrevistas da Arena, Renato se posicionou para conceder sua entrevista. Mas antes recebeu dos jogadores o tradicional banho de água, isotônico e outros líquidos reservados a maiores de idade.
– Primeira coisa é lembrar daquele grupo de 1968. Ficamos felizes de vê-los lá no campo. Isso é muito importante. Parabenizo a todos. Hoje na preleção falei algumas coisas. Entre elas disse que eles tinham duas opções. Que eles abraçariam suas famílias e quase 10 milhões de pessoas com um sorriso ou com lágrimas. A decisão era deles. Honraram a camisa de novo – disse o técnico.
Agora o técnico igualou Foguinho na relação de treinadores com mais títulos conquistados pelo Grêmio. Cada um deles venceu 10 taças no clube. Um resultado que Renato valorizou pelas dificuldades ao longo da competição:
– Lembro do Gre-Nal. Muita gente falando que o campeonato era do Inter. Falei que muita coisa ainda aconteceria. Iriamos nos fortalecer com os reforços. Mas crescemos no momento importante. Não podíamos deixar escapar.
Diego Costa decisivo
Melhor jogador na decisão, Diego Costa comemorou com a família no campo. Ouviu a narração do seu gol na Rádio Gaúcha depois de reunir os familiares no gramado para uma foto com a taça.
– É importante para um atacante começar fazendo gols. Do mesmo jeito que cheguei desacreditado, sei que não sou o melhor agora.
O centroavante foi um dos reforços que a direção trouxe na reta final da janela de transferências. Um dos nomes que o presidente Alberto Guerra entende ter feito a diferença na reta final, mesmo com as críticas recebidas no início da competição pela falta de um substituo a Suárez.
– Críticas sempre vão ter. A gente tem as nossas convicções. Retardamos as contratações, mas elas vieram no momento certo. O hepta tem um valor muito grande. É difícil isso acontecer. Vai ser difícil ver isso de novo. Estamos convictos do nosso trabalho e sabemos das nossas carências – disse o presidente.
A partida entre Grêmio e Huachipato ocorre nesta terça-feira (9), às 19h, na Arena.