O Grêmio espera pela decisão de Bitello para concretizar a venda do jogador ao Dínamo de Moscou, da Rússia, nos próximos dias. O clube aceitou uma nova oferta pelo meio-campista, de 10 milhões de euros (aproximadamente R$ 53 milhões), por 100% dos direitos econômicos do atleta de 23 anos. O jogador tem até a próxima quinta-feira (14) para decidir se irá ao clube europeu ou não, já que neste dia se encerra a janela de transferências no país.
Em relação aos números, a oferta russa chegou ao patamar que o Grêmio pretendia. A questão, agora, é costurar os demais pontos da negociação, o que pode não ser tão simples. A expectativa é de que uma resposta seja dada ainda nesta segunda-feira (11) para o negócio ser concretizado.
Após ter recusado o primeiro contato feito pelo Dínamo, o Grêmio entende que os valores da segunda oferta são aceitáveis. Além dos 10 milhões de euros, que serão pagos em duas parcelas, também existe a previsão do pagamento de mais um milhão de euros pelo atingimento de metas e o repasse de 20% da valorização de uma futura venda.
O primeiro nó a ser desatado é na relação com o Cascavel. O clube paranaense é dono de 30% dos direitos do jogador e tem esse percentual a receber em caso de negociação. A tendência é de que essa situação não apresente muitas dificuldades. O lado do jogador é que tem sido apontado por fontes consultadas por GZH como o maior potencial de problemas.
Quando o Dínamo mandou sua primeira proposta, Bitello manifestou que não teria o desejo de se transferir para jogar no Leste Europeu. O jogador avalia que tem condições de atuar em mercados de maior expressão, mas nenhum clube destes países procurou o Grêmio com uma oferta.
O que mais se aproximou da vontade do atleta foi o Feyenoord, da Holanda. O problema é que a proposta holandesa passou longe dos valores desejados pela direção gremista. Mesmo assim, Bitello procurou os responsáveis pelo departamento de futebol e manifestou o desejo de ser negociado para lá. Essa foi uma das razões para ele perder espaço entre os titulares.
Um movimento pensado para agilizar o negócio é a possibilidade de Bitello viajar diretamente do Marrocos para a Rússia, mas essa situação depende do posicionamento definitivo do jogador e de seu representante. O Grêmio sinalizou que não tem a intenção de negociar uma renovação nos próximos meses _ o jogador tem contrato até o fim de 2025.
Em entrevista ao jornalista Leonardo Baran, no Marrocos, o jogador confirmou a existência da oferta. O meio-campista está no país com a seleção brasileira pré-olímpica.
- Tem a proposta. Deixo na mão do meu empresário. Ele sabe o que eu quero. Estou focado aqui para fazer esses últimos dias de treino bem. E, quando voltar, resolvo isso - comentou.
Na parte financeira, o negócio é apontado como extremamente vantajoso para o jogador. Ele receberia cerca de sete vezes mais do que ganha atualmente. E, mesmo com a guerra entre Rússia e Ucrânia, a liquidez do Dínamo não é apontada como dificuldade. O clube tem o VTB Bank, o banco estatal do país, como garantidor.
O Grêmio vê como uma necessidade realizar uma venda ainda em 2023. As contas do primeiro semestre indicam a previsão de um déficit de R$ 96 milhões, e uma negociação deste porte ajudaria a solucionar parte dos problemas. Dono de 70% dos direitos de Bitello, o Tricolor receberia cerca de R$ 37 milhões na negociação.