De folga neste final de semana do Brasileirão, o Grêmio estará de olho nos adversários nos próximos dias. Será uma rodada dedicada apenas a observações, após a frustração da derrota para o Botafogo e a euforia pela classificação às semifinais da Copa do Brasil.
O adiamento do jogo que ocorreria neste sábado, contra o Corinthians, é a chance de recuperar um pouco do fôlego após a sequência de jogos com o time titular e preparar novas alternativas para superar uma tendência problemática. Contra adversários da metade de cima da tabela, o aproveitamento gremista é de Z-4.
Em terceiro lugar no início da 15ª rodada, o Grêmio soma 26 pontos. Está empatado em pontos com o Flamengo, mas perde no saldo de gols (nove dos cariocas contra quatro do Tricolor). O problema a ser superado para viabilizar o título dos sonhos de Renato Portaluppi, e que não acontece desde 1996, é tirar os 10 pontos de vantagem do Botafogo no momento.
Uma das máximas deste formato de disputa do Brasileirão é a importância da regularidade. Uma vitória sobre o líder ou o lanterna vale os mesmos três pontos. Mesmo que as consequências na tabela muitas vezes mostrem uma realidade diferente.
— Os três pontos de casa são os mesmos de fora, os três pontos contra os times do G-4 são os mesmos contra os do Z-4. O melhor exemplo atual é o Botafogo, que tem mantido a regularidade e, além de tudo, vencido os jogos grandes. Também é importante ter um bom grupo, que possa repor as ausências sem perder tanta qualidade — comenta Richarlyson, tricampeão brasileiro com o São Paulo e hoje comentarista do Grupo Globo.
Ao contrário de outros anos, o Grêmio usou força máxima na maioria dos jogos que fez. A goleada para o Palmeiras foi uma das poucas partidas que teve uma equipe descaracterizada. O que tem atrapalhado é a dificuldade em aproveitar as chances de gols criadas e evitar ser vazado.
Segundo time que mais acerta finalizações na competição, com 89 chutes certos, o Tricolor tem o terceiro melhor ataque do Brasileirão, com 24 gols feitos, empatado com o Botafogo. Mas também é a sexta equipe que mais permite chutes certos dos adversários, um total de 78 finalizações. Os 20 gols sofridos deixam o clube como a sexta pior defesa, com rendimento melhor apenas do que América-MG, Coritiba, Goiás, Vasco e Bahia — os cinco piores times do campeonato até o momento.
Campeão do Brasileirão de 2015 com o Corinthians, o lateral-direito Edilson entende que três fatores são fundamentais para conquistar o título neste formato de disputa dos pontos corridos. Além do foco igual nas 38 rodadas e também a atenção aos confrontos direitos, o mais importante é a força do grupo de jogadores. Mais do que um time, é preciso ter opções para suportar os mais de seis meses de disputa.
— Para ganhar o Brasileirão, o ponto mais importante é ter um bom elenco. Jogar o Brasileirão e as demais competições com o que você tem de melhor. Em 2015, tínhamos praticamente dois times. As trocas do Tite, mesmo quando era por lesão, não mudavam muito o nível. Trocar pontos contra os primeiros colocados é normal, mas precisa fazer todos os jogos como se fosse uma decisão. Enfrentar o 17º sem deixar cair o nível de concentração. Esses pontos fazem a diferença — garante.
No caso dos confrontos diretos, uma dos dificuldades do Grêmio neste ano, Edilson entende que o problema também pode trazer prejuízos na campanha.
— Desperdiçaram os pontos contra o Botafogo. Agora será muito difícil ir até o Rio de Janeiro e ganhar. Trocar pontos ganhando em casa e perdendo fora é o esperado. Mas ser derrotado em casa é difícil de recuperar essa diferença fora. Tem de fazer valer o seu mando de campo contra as equipes que estão lá no alto — afirma.
O próximo compromisso do Grêmio na competição será no próximo sábado (22). O Atlético-MG virá à Arena. Um confronto que marcará o reencontro de Felipão com o torcedor gremista. Foi ele o técnico que conquistou pelo Tricolor a última vez o Brasileirão, em 1996.
Grêmio contra os 10 primeiros colocados:
- 8 jogos
- 24 pontos disputados
- 8 pontos conquistados
- 33,3% de aproveitamento
- 2 vitórias (Inter e São Paulo)
- 2 empates (Fortaleza e Bragantino)
- 4 derrotas (Botafogo, Flamengo, Palmeiras e Cruzeiro)