O Grêmio conta com os gols de Luis Suárez para buscar o hexa do Gauchão. O centroavante é uma das esperanças da equipe para a decisão contra o Caxias, que começa neste sábado (1º), no Estádio Centenário. Além da busca por seu segundo título em quatro meses no Brasil, o uruguaio tem em jogo algumas marcas pessoais importantes. Os seis gols marcados no Estadual o deixam dois atrás de Pedro Henrique na relação de artilheiros da competição, uma meta a ser buscada nas duas partidas que restam pelo Estadual.
Além do reconhecimento pela marca de ser o artilheiro do Gauchão 2023, os próximos gols também o aproximam de uma bonificação. O contrato de Suárez foi costurado para remunerar o centroavante por seu desempenho. E uma das metas listadas é o número de gols em 2023.
São quatro gatilhos de pagamento definidos. Inicialmente, o uruguaio receberá um adicional quando alcançar 15 gols. Os valores seguintes foram estabelecidos para 20, 25 e 30 em 2023. Mas para receber a premiação, serão contabilizados apenas os marcados em competições nacionais — o Gre-Nal do Gauchão e as fases decisivas do Estadual, se ocorressem, também valeriam. Pelas regras estipuladas, o Pistolero soma dois gols. Um pela Copa do Brasil e o feito em Erechim, no jogo de ida da semifinal — ao todo, tem 10 gols e quatro assistências em 13 partidas pelo Grêmio.
Mas quem acompanha Suárez na rotina diária aponta que o jogador mantém a mesma forma de encarar a semana de treinos. O vice de futebol Paulo Caleffi enxerga o jogador com o mesma mentalidade dos outros momentos da temporada. A preparação para disputar a final tem a mesma dedicação vista para as partidas da fase classificatória.
— Ele joga para superar os próprios objetivos. O Suárez está sempre em alta rotação. Seja treino, rachão ou jogo. É competitividade. É o Kannemann do ataque. Ele é muito focado em todos os jogos. Se cobra muito. Está sempre no 100%. Não tem meio termo — apontou o dirigente.
Além dos gols e assistências, a referência de Suárez é outra questão apontada como benefício de ter o centroavante de 36 anos no grupo. Sua preparação serve de modelo aos jogadores mais jovens. A dedicação do jogador já foi citada por Renato Portaluppi como um dos legados da temporada 2023.
— É um tapa na cara de quem não gosta de correr. Ele tem 36 anos, ganhou tudo na vida e dá aquele pique no final do jogo. Eu dou o exemplo do Cristiano Ronaldo e do Messi, que são consagrados e todo ano brigam para serem os melhores do mundo. O vencedor não se entrega. O maior exemplo foi do Luis (Suárez) — disse Renato, após a vitória sobre o Aimoré, no Gauchão, com um gol do centroavante nos minutos finais.
Adaptado com a rotina em Porto Alegre, o uruguaio faz um esforço para se comunicar com os companheiros e demais funcionários do clube em português. E mesmo com a barreira do idioma, se tornou comum ver o camisa 9 no centro das brincadeiras e conversas no vestiário.
Se o estilo mais sanguíneo marcou sua trajetória na Europa, a avaliação de quem acompanha o jogador aqui no Brasil aponta que este Suárez é uma versão mais centrada. Agora, em busca do hexa do Gauchão.