Uma das novidades preparadas por Renato Portaluppi para a decisão deste domingo contra o Bahia aguarda por essa oportunidade há mais de mil dias. Recuperado de uma série de graves lesões — e até pouco comuns para jogadores de futebol —, Leonardo Gomes foi testado pelo técnico entre os titulares nos treinos da semana e deve ganhar a posição que era de Edílson na escalação do Grêmio.
A dúvida que restava sobre a situação do lateral de 26 anos era apenas sua condição física, mas o tema parece estar superado. Como o jogador participa das atividades sem nenhuma limitação, e também foi utilizado por Renato nas partidas contra Sampaio Corrêa, CSA e Londrina, a expectativa é de que ele seja confirmado como titular para o jogo válido pela 35ª rodada da Série B, na Arena.
Aos 26 anos, Leonardo Gomes superou uma série de lesões na perna direita para ficar à disposição. Após duas cirurgias no joelho, e duas lesões musculares na coxa, o lateral, enfim, está pronto para suportar o ritmo exigido em uma partida de nível profissional. Antes de voltar a atuar pelo time principal do Grêmio, fez alguns jogos pelo grupo de transição em 2021 e mais quatro partidas com os jovens do clube para mostrar que estava em condições.
— Na nossa avaliação, não tinha nenhuma limitação de movimentos. É um jogador de muita bagagem e que agrega muito. Além da parte técnica, também nos ajudou muito na transição pela liderança — avaliou o técnico César Lopes, responsável pela equipe.
Por conta de sua história de superação, Léo é um dos jogadores mais bem quistos no vestiário do Grêmio. Nascido em Araguaína, no Tocantins, o lateral teve seu início na carreira no futebol goiano. Começou nas categorias de base do Vila Nova, ganhou destaque no Boa em Minas Gerais e chegou ao Grêmio no início de 2017 como uma aposta.
A primeira temporada em Porto Alegre foi de poucas oportunidades. Léo Moura e Edílson jogaram a maioria das partidas na função. No ano seguinte, com a saída de Edílson para o Cruzeiro e as lesões de Léo Moura, o lateral ganhou sequência no Brasileirão e agradou. Assumiu de vez a titularidade da posição em 2019. Destaque da equipe, entrou no radar de observação da Seleção Brasileira, mas acabou sofrendo uma grave lesão no joelho direito no jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil contra o Athletico-PR, na Arena da Baixada. A ruptura do ligamento cruzado posterior deu início a um calvário na carreira.
Um dos amigos mais próximos a Léo Gomes, e com a experiência pessoal de uma difícil recuperação de lesão no joelho, o ex-lateral Marcelo Oliveira acompanhou de perto toda a jornada. Ainda como jogador, rompeu o ligamento patelar, ligamento cruzado anterior e ligamento colateral lateral em março de 2019. Em tratamento das lesões sofridas, o ex-jogador dividiu o início e os primeiros dias da recuperação de Léo Gomes. Contratado para trabalhar como supervisor no departamento de futebol em outubro de 2020, acompanhou a volta do lateral-direito da segunda cirurgia no joelho.
— Tive muitas conversas com ele. Vivi isso. Com 20 anos, tive uma lesão de ligamento cruzado. Peguei uma infecção hospitalar e fiquei quase dois anos sem jogar. Quando você tem uma recuperação, e surge algo inesperado, não é fácil. Você começa a ter dúvidas se vai voltar. Sempre fui um cara positivo e isso me ajudou. Tentei passar isso para o Léo — comentou Marcelo.
Mesmo que a história de superação ganhe destaque, Léo Gomes também tem seu futuro em jogo na reta final da Série B. O atleta tem contrato com o Grêmio apenas até o final deste ano. Ao todo, o lateral-direito tem 77 jogos pelo clube. Seu 2023 começa já neste domingo.