Na luta contra o rebaixamento, no ano passado, o Grêmio foi à Colômbia contratar uma aposta para solucionar um dos problemas do grupo de jogadores. Em busca de meias agressivos, que ameaçassem o gol adversário, Campaz entrou na pauta do departamento de futebol.
Sem a possibilidade de contratar jogadores em atividade no Brasil, a solução foi buscar nomes do Exterior. Uma combinação de fatores levou a direção ao atual camisa 7. Essa aposta completou, nesta terça-feira (24), um ano desde o anúncio oficial. Um investimento que ainda recebe críticas de parte da torcida, mas que conta com o apoio e incentivo de comissão técnica, departamento de futebol e jogadores.
Mesmo que não esteja entre as preferências do torcedor, Campaz tem respaldo no Grêmio. Aos 22 anos, completados em maio, o meia-atacante foi utilizado em 52 dos 66 jogos desde sua chegada a Porto Alegre. Isso, sendo extremamente jovem — dos jogadores que atuaram contra o Cruzeiro, apenas Biel, com 21 anos, é mais novo do que ele.
A juventude, aliás, é um dos motivos que pode explicar sua falta de consistência. Outros pontos apontados no clube são o nível mais alto de competição do que o dos adversários na época do Tolima, a adaptação a um país estrangeiro e a falta de um mesmo modelo de trabalho.
Em 12 meses no Brasil, Campaz está no terceiro técnico — e nem sempre foi utilizado em sua posição mais natural. Agora, escalado mais centralizado e com liberdade para buscar os lados do campo, a avaliação é de que o desempenho será mais próximo do que ele apresentou na Colômbia. A lesão de Ferreira abre até a possibilidade de ser escalado pelo lado esquerdo, o seu preferido.
Principal investimento feito pelo Grêmio depois de anos de contratações com outro perfil, Campaz também carrega o peso do rebaixamento. Nas avaliações do departamento de futebol, ele era apontado como um alvo interessante. Antes da investida, o clube buscou informações sobre seu comportamento na Colômbia.
Com a equipe patinando na tabela, e com a pressão de bastidores e da torcida, definiu-se que Campaz seria o nome que preencheria o maior número possível de pré-requisitos. Em termos financeiros, a transação não teve grande impacto. Os recursos adquiridos com a venda de Léo Chú para o Seattle Sounders, da MLS, foram investidos totalmente na sua compra e na de Villasanti.
Sem espaço com Felipão, o atacante foi vendido por US$ 2,5 milhões, aproximadamente R$ 13 milhões. O paraguaio custou US$ 3,3 milhões e o colombiano US$ 3,5 milhões — cerca de R$ 17,5 milhões e R$ 18,5 milhões, respectivamente.
As dificuldades de Campaz, na avaliação do Grêmio, estão muito mais centradas nas questões dentro de campo. O comportamento do jogador longe do CT Luiz Carvalho é impecável, segundo fontes ouvidas por GZH. Não há nenhum registro de atraso, ações inadequadas ou falta empenho nos treinamentos.
— O Campaz nunca deu problema. Nunca chegou atrasado, faz sempre um trabalho extra na academia após os treinos. E sempre está entre os três jogadores que têm maior distância percorrida e mais ações intensas durantes os jogos — afirmou Diego Cerri, diretor-executivo do Grêmio.
Com contrato até o final de 2025, o Grêmio aposta que Campaz tem potencial para dar o retorno técnico esperado, e também financeiro, em uma eventual revenda. Como aconteceu com Villasanti, que teve dificuldades em 2021 e se encontrou na atual temporada, o colombiano tem apresentado melhora gradual em índices físicos e melhor adaptação ao estilo de jogo no Brasil.
Sem demonstrar abatimento com os ataques em redes social, o camisa 7 também conta com a confiança da direção pela forma com que encara às cobranças. E segue bem cotado no seu país natal: a Federação Colombiana de Futebol já informou ao Grêmio que ele está pré-convocado para a disputa de amistosos no final de setembro.