Depois de um vice-campeonato na Supercopa Feminina, o rendimento das Gurias Gremistas na sequência da temporada tem chamado a atenção pela queda. A derrota diante do Santos, por 2 a 1, na última rodada do Brasileirão, expõe aspectos que vão além das questões táticas. Atualmente, o time está na 12ª colocação com sete pontos, dois acima da zona do rebaixamento.
Na viagem para Santos, a delegação composta por 19 atletas trazia opções escassas para algumas posições. Além dos problemas com lesão, como no caso da centroavante Lais Estevam, que se recupera de estiramento no joelho e de uma contusão óssea na tíbia, o time ainda contava com quatro desfalques titulares, que participaram da conquista do Sul-Americano sub-20 pela Seleção Brasileira Feminina, são elas: a atacante Luany, a meia Rafa Levis, a lateral-direita Laís Giacomel e a zagueira Pati Maldaner.
As 11 escolhidas por Patrícia Gusmão para iniciar a partida na Vila Belmiro foram: Lorena; Sinara, Mónica Ramos, Tuani e Jéssica Soares; Tchula, Jéssica Peña, Karla Alves e Pri Back; Caty e Cássia. Optando pelo 4-4-2, com a volante Tchula entre as titulares e a centroavante Dani Ortolan iniciando no banco de reservas.
No banco de reservas, Claudia, promovida da base, era a única opção em caso de lesão da goleira Lorena. Com Mónica Ramos e Tuani escaladas, o time não contava com uma zagueira se precisasse de substituição. Na lateral, Ana Guimarães e Thaiane eram as alternativas. No caso do setor de criação, Raíssa Bahia era a única opção para o meio-campo, enquanto Dani Ortolan, Gabizinha, Nubia e Dani Barão ficaram à disposição para o ataque. À exceção de Nubia, todas as opções ofensivas foram utilizadas na tentativa de uma mudança. No entanto, o placar final foi de 2 a 1 Santos.
As poucas opções para determinados setores do time vão ao encontro do pouco poder de investimento em contratações. Para o início dessa temporada, o departamento da modalidade anunciou 10 reforços após perder 16 jogadoras. Atualmente, 25 atletas formam o grupo.
Com a queda do clube para a Série B do Brasileirão masculino, os setores passaram por readequações, e a possibilidade de um aumento nos investimentos precisou ser congelada. Hoje, a modalidade feminina possui um orçamento mensal com vencimentos das atletas em R$ 120 mil (cerca de R$ 1,59 milhão anual), segundo apurado por GZH.
A média salarial oferecida no clube gaúcho (R$ 4,8 mil) também se torna pouco atrativa em comparação aos clubes que tem investido na modalidade. Segundo a publicação do Uol Esporte, que ouviu agentes de jogadoras que foram procuradas pelo Flamengo, as ofertas chegavam na casa dos R$ 100 mil. O Rio de Janeiro, inclusive, foi o destino de duas atletas que deixaram o Vieirão: a lateral Gisseli e a volante Kika Brandino.
Comando técnico tem críticas da torcida
No Grêmio desde 2019, a técnica Patrícia Gusmão também é alvo de críticas por parte da torcida em virtude dos resultados e de algumas opções técnicas. Pelo Gauchão, o clube acabou perdendo a final para o Inter nas últimas três edições, 2019, 2020 e 2021.
A diretoria é sabedora do posicionamento dos torcedores, mas destaca que a treinadora tem atingido os objetivos propostos, como no ano passado, quando o clube confirmou classificação aos mata-matas do Brasileirão. A equipe acabou eliminada na fase seguinte para o Palmeiras.
Neste ano, o grupo chegou até à final da Supercopa Feminina, mas perdeu a decisão para o Corinthians. Agora, a meta é terminar a primeira fase entre as oito melhores e avançar para os mata-matas.
Tentativa de recuperação na próxima rodada
Com o objetivo inicial de estar entre as oito melhores equipes até o final da primeira fase, o time precisará de um recuperação nas oito rodadas restantes. No sábado, no Vieirão, o adversário será o Cresspom-DF, que luta para deixar o Z-4.
Nos jogos restantes, a tabela prevê enfrentamentos contra Ferroviária, Flamengo, Real Brasília, Inter, Kindermann e Corinthians, que estão brigando na parte de cima. Além de Bragantino e São José-SP, que neste momento estão na zona do rebaixamento.