Sete anos depois, Roger Machado terá a chance de cumprir um objetivo de 2015. Na época, prestes a acertar sua renovação para 2016 e com a classificação encaminhada à Libertadores do ano seguinte, o técnico fez uma declaração que animou o torcedor do Grêmio. Mas que só terá a chance de ser confirmada a partir deste sábado (26). Com dois jogos contra o Ypiranga pela frente nas finais para a disputa do título do Gauchão, o técnico poderá, enfim, dar uma taça para o torcedor.
Após um empate em 0 a 0 com o Cruzeiro pelo Brasileirão em 4 outubro de 2015, Roger Machado falou em sua entrevista coletiva de um objetivo pessoal definido para o ano seguinte.
— Não quero sair daqui enquanto não der um título para o torcedor. É imperativo. Quero ficar aqui. Estarei aqui ano que vem, de preferência campeão brasileiro ou então na Libertadores — afirmou o treinador, que classificou o time para a Libertadores de 2016 e terminou com contrato renovado até o final de 2017 pela campanha de recuperação no Brasileirão.
Após a afirmação, o Gauchão de 2016 se apresentou como maior possibilidade de título. Depois de terminar a fase de grupos com a melhor campanha e golear o Brasil-Pel nas oitavas de final, o Juventude surgiu como adversário nas semifinais. Entre jogos da Libertadores, um surto de caxumba no grupo de jogadores e um erro de logística do clube, o Grêmio acabou em uma situação precária. Precisava reverter uma derrota de 2 a 0 sofrida pelos reservas no Estádio Alfredo Jaconi. O time cumpriu parte do objetivo, mas um gol de Roberson significou a eliminação nas semifinais da competição após a vitória por 3 a 1 na Arena.
As eliminações precoces no Gauchão e na Libertadores frustraram o clima de esperança do torcedor, mas o Brasileirão sinalizou uma recuperação. A Copa do Brasil também se apresentou como possibilidade de título, mas Roger Machado pediu demissão antes do jogo de volta das oitavas de final contra o Athletico-PR, após nova turbulência no campeonato nacional.
O técnico seguiu sua carreira em um novo mercado. Assumiu o Atlético-MG em 2017 e conquistou o seu primeiro título na função. Além da melhor campanha da fase de grupos da Libertadores, foi campeão estadual ao superar o Cruzeiro na decisão.
Em 2019, assumiu o Bahia alguns dias antes do início das finais do Campeonato Baiano. Bateu o Bahia de Feira na final e confirmou a conquista do segundo título na casamata. No ano seguinte, com o calendário atrapalhado pela pandemia, repetiu a dose ao bater o Atlético de Alagoinhas.
— Foi um trabalho de altos e baixos. Começou bem, mas terminou desgastado com torcida e imprensa. Foi um trabalho regular. Quando o trabalho não dá resultados no futebol brasileiro, o técnico acaba demitido — comentou o jornalista Lucas Cézar, do Canal do LC.
O retorno ao Grêmio em fevereiro abriu a oportunidade para Roger Machado alcançar o objetivo de 2015. Com o clube em reformulação após o rebaixamento, e a torcida chateada pelos fracassos recentes, o caminho até a decisão foi de altos e baixos. Goleou o São Luiz, empatou com o Novo Hamburgo, perdeu o Gre-Nal da fase classificatória e venceu o Ypiranga. Goleou o Inter e administrou a vantagem no jogo de volta para alcançar a decisão contra a equipe de Erechim.
Uma decisão de Gauchão que terá valor especial para Roger Machado. Em sua segunda passagem como técnico do clube, e multicampeão como jogador na década de 1990, Roger terá a primeira final na casamata defendendo as cores do Grêmio.
