Afundado no Z-4 do Campeonato Brasileiro, o Grêmio tem o diagnóstico do que é preciso para colocar o pescoço fora d'àgua e voltar a respirar. O aspecto psicológico e a necessidade da chegada de jogadores que qualifiquem o time são os remédios encontrado para tentar curar uma situação desconfortável após 14 rodadas. A derrota por 1 a o para o Bragantino no sábado (31) realçou o abalo anímico pelo qual passa o elenco e a falta de opções para Luiz Felipe Scolari mudar a equipe quando a situação foge do planejado.
Ainda que já tenha se mostrado frágil em muitos momentos, a estratégia segue a de se encolher, não sofrer gol e, se der, marcar um. No Estádio Nabi Abi Chedid, a ruina do planejamento surgiu aos 16 minutos do segundo tempo, em chute de fora da área de Praxedes. Com o placar movimentado, o time gremista mostrou pouco poder de reação, resultando em mais uma noite dolorosa para o torcedor gremista, que vê o time pregado entre os quatro últimos colocados.
Ainda sem completar um mês de Arena, Felipão concluiu que a sua tarefa será mais complexa do que imaginava quando aceitou o convite da direção. Sem dar pistas de que mudará a postura da equipe, dona do pior ataque e de uma única visória no torneio, seu foco estará em reanimar o elenco.
— Estamos trabalhando todos os dias para que o time, sofrendo o gol, não fique abatido em campo. Temos que reverter essa situação durante o jogo. Tivemos uma ou duas oportunidades e não conseguimos fazer. Trabalhamos diariamente, e isso está influenciando em algumas situações psicológicas do grupo. Só se melhora isso com os resultados. Como resultado ainda é um pouco diferente do que pretendemos, vamos ter dificuldades — admitiu o treinador.
Para tentar conquistar os resultados que vão elevar o ânimo no vestiário, o clube vai abrir a carteira. A direção trabalha para anunciar a contratação de dois jogadores nos próximos dias. O nome mais próximo é o do centroavante Borja, do Palmeiras. O atacante trabalhou com Felipão no clube paulista, detentor de seus direitos até o fim de 2022. Até a metade do ano o colombiano esteve emprestado ao Junior de Barranquilla. Sua última partida foi no começo de julho pela Copa América. O Grêmio tenta fechar a contratação por empréstimo até o fim da próxima temporada.
A outra posição em que há uma busca acelerada por jogador é a de meia. Desejado na metade do ano passado antes do desembarque de Pinares, o uruguaio Gastón Ramírez voltou a ser sondado. A intenção é trazer nomes com status de titulares imediatos.
— A busca não pode ser desgovernada. A gente tem que ter um foco. Temos poucas opções no mercado e temos de ser assertivos nesse momento para trazer um ou outro atleta que possa somar qualidade para a gente sair aos poucos dessa situação — explicou o executivo de futebol Diego Cerri, sem confirmar nenhum nome.
As duas posições são consideradas vitais para que, com o atual modelo de jogo, o time possa ter atuações mais consistentes. Com um atacante com as características de Borja, a ideia é ter um jogador capaz de prender a bola perto da área adversária e dar tempo do restante do time sair do campo de defesa. Com um meia, a intenção é dar a criatividade ausente até o momento com Jean Pyerre.
— Pretendemos melhorar a situação do Grêmio. Principalmente criar mais chances de chegar ao gol, já que na fase defensiva estamos bem equilibrados. Na frente, a criação ainda falta um pouco. Não estamos conseguindo tudo que pretendemos, mas estamos melhorando mesmo quando perdemos — ponderou Felipão.
Antes de voltar a se concentrar no Brasileirão contra a Chapecoense na segunda-feira (9), o Grêmio volta a jogar pela Copa do Brasil contra o Vitória, na terça-feira (3), para tentar renovar o ânimo dos jogadores enquanto as contratações não chegam.