O Grêmio fez algo que não é de praxe: contratou um pacotão de reforços para o grupo de transição. Nesta semana, o clube anunciou quatro jovens para a equipe sub-23 (ainda que todos tenham idade para o sub-20). São eles o zagueiro Wesley, 20 anos, e os atacantes Emerson, 18, Léo Pereira, 20, e Thayllon, 18.
— Normalmente recebemos todos os jogadores da base. As contratações são sempre pontuais. Mas, neste ano, como tivemos a covid-19, a paralisação da base por quase cinco meses, ficamos com o grupo reduzido, até porque o profissional requisitou mais jogadores pelo grande números de jogos — justifica Kevin Krieger, diretor de futebol do grupo de transição do Grêmio.
O dirigente explica que, com as subidas do zagueiro Ruan, do meia Rildo e dos atacantes Guilherme Azevedo e Fabrício, a equipe sub-23 precisaria de mais jogadores. Por isso, o clube aproveitou algumas oportunidades de mercado e fez as contratações.
— Tínhamos 14 atletas de linha e, por isso, tivemos de fazer essa construção. Subimos alguns jogadores da base, mas sabemos que eles precisam de tempo. Então, junto com a CDD (Central de Dados Digitais), identificamos jogadores que já vínhamos monitorando há um bom tempo para trazê-los — relata Krieger.
Nos casos de Thayllon, vindo do São José, Wesley, que não teve o empréstimo renovado pelo Athletico-PR e pertence à Tombense-MG, e Léo Pereira, que estava no Corinthians, mas tem vínculo com o Ituano-SP, a situação é parecida: o Grêmio firmou contrato por empréstimo até o final de 2021, com opção de compra. A intenção do clube é observá-los por mais de um ano, para saber se têm condições de integrar o elenco profissional futuramente.
— É importante vê-los de perto. A ideia desse empréstimo mais longo é, justamente, para dar essa tranquilidade aos garotos, sem a pressão de mostrar todo o potencial rapidamente — destaca o diretor de futebol da transição.
O caso diferente é o de Emerson, o mais jovem dos contratados. Ele chega do Esportivo, de Bento Gonçalves, com vínculo em definitivo, até o final de 2022.
— No Gauchão deste ano, emprestamos três jogadores ao Esportivo e colocamos uma cláusula que qualquer jogador jovem que surgisse no clube nós teríamos prioridade no negócio. O presidente do Esportivo nos ligou, falou do Emerson, um atleta 2002, que fez bons jogos, e solicitamos que ele ficasse 15 dias treinando conosco para uma avaliação. Ele teve bom desempenho, mostrou potencial, e acabamos contratando — diz Kevin Krieger.
Assim, o Grêmio pagará R$ 200 mil ao Esportivo no ano que vem por 50% do passe de Emerson. Caso queira adquirir mais 20%, o Tricolor terá de pagar mais R$ 300 mil ao final do ano para o clube da Serra.
Os três reforços para o ataque são jogadores de lado, velozes, ao estilo Everton e Pepê. Já o zagueiro Wesley é considerado um atleta veloz e de boa saída de bola.
— Contratamos três extremas de velocidade, bons no um contra um, que sabem fazer o vai e volta. Já o Wesley é um zagueiro de bom porte físico, alto, que tem agilidade. A gente o monitorava desde que estava no Figueirense. Agora surgiu a oportunidade e buscamos o atleta. São quatro garotos que vemos muito potencial 3 revela o dirigente.
Nesta semana, o grupo de transição do Grêmio foi a Santa Catarina para realizar jogos-treino. A equipe comandada pelo técnico Thiago Gomes empatou em 0 a 0 na quinta-feira com o time profissional do Próspera, que disputa a Segunda Divisão catarinense e, neste sábado, encarou o sub-23 do Avaí e venceu por 1 a 0. A excursão pelo Estado vizinho já serve como preparação para o Brasileirão de Aspirantes, que se inicia em 16 de outubro, e o Grêmio estreia no dia 18.
— O jogo sempre é diferente, por isso trouxemos o time para Santa Catarina. Hoje estamos com mais de 20 atletas de linha e três goleiros. Nosso principal trabalho é dar suporte para o grupo principal, entregando jogadores mais preparados de forma comportamental, técnica e física. Esses campeonatos, como o Brasileiro de Aspirantes, formam a parte competitiva do atleta também, isso faz com eles criem mais casca e tenham minutagem, que é importante — salienta Kevin Krieger, que fala, ainda, da média de idade da equipe:
— Apesar de ser um time sub-23, hoje é praticamente um sub-21.
Novidades na equipe apenas se mais algum jogador for requisitado pelo técnico Renato Portaluppi para o grupo profissional. Os reforços, assim como os demais atletas do sub-23, devem seguir trabalhando com Thiago Gomes, mas nenhuma possibilidade é descartada.
— No futebol, tudo é muito relativo. A gente faz coletivo com o principal e o Renato observa os jogadores. Se ele sentir que o atleta está bem, pode chamar a qualquer momento. A gente considera um ganho colocar garotos da transição no profissional, que é o time principal. Ficamos felizes de ter vários jovens na equipe de cima — ressalta o diretor de futebol do grupo de transição.
Hoje, compõem a equipe os goleiros Gabriel Chapecó, Vinicius Garcia e Vinicius Machado, os laterais Ericson, Vanderson, Jefferson e Matheus Nunes, os zagueiros João Guilherme, Wesley, Emanuel, Heitor e Savio, os meias Jhonata Varela, Vitor Bobsin, Fernando Henrique, Rafinha, Guilherme Dantas, Gabriel Biteco e João Guedes, além dos atacantes Elias, Emerson, Léo Pereira, Thayllon e Da Silva. Para os jogos-treino em Santa Catarina, também desceram do profissional o goleiro Brenno e o volante Lucas Araújo, que fazem parte do grupo principal.