Nos últimos anos, o torcedor do Grêmio se acostumou a ver muitos jovens lançados na equipe principal. Porém, nem todo o processo de contratação foi igual. Alguns deles, como Arthur e Jean Pyerre, chegaram ao clube ainda como amadores para defender as categorias de base. Outros, como Pepê e Rodrigues, já haviam atuado profissionalmente por Foz do Iguaçu-PR e ABC-RN, por exemplo. E é neste segundo modelo que o Tricolor apostou para reforçar seu time de transição na última terça-feira (6).
De uma cartada só, foram anunciadas quatro contratações — os atacantes Emerson, Léo Pereira, Thayllon e o zagueiro Wesley. GZH consultou alguns profissionais quem os viram jogar por seus antigos clubes e montou um perfil de cada um deles. Confira:
Emerson
Mais jovem do quarteto, com 18 anos recém-feitos, o atacante Emerson é natural de Santa Cruz do Sul e disputou o último Gauchão pelo Esportivo.
— É um menino que era sub-17 quando o buscamos para fazer a pré-temporada com o profissional. Então, teve todo um período de adaptação à intensidade dos treinos, que é diferente. O lançamos contra o Pelotas, no último jogo antes da pandemia. Inclusive, ele entrou e fez um dos gols da nossa vitória. A ideia era lançá-lo um pouco antes, mas como ele era muito novo, e naquele jogo não tinha torcida e pressão, foi o ideal — revela o técnico Carlos Moraes.
Para ceder 50% dos seus direitos, o clube de Bento Gonçalves receberá R$ 200 mil a serem pagos apenas em julho de 2021. Caso queira adquirir mais 20%, o Tricolor terá de pagar mais R$ 300 mil ao final do ano. Seu vínculo se estende até dezembro de 2022.
— Ele pode jogar tanto de falso 9 como de extrema, e até fazer uma terceira função, por trás do centroavante. Tem um potencial muito grande de finalização, tanto com o pé como com a cabeça. Tem uma boa impulsão, mas também tem enfrentamento, força, potência e um drible vertical. É muito corajoso. Não é um jogador que aceita a falta e cai. Se puder ficar em pé, ele segue e vai para a dividida. Ele não foi formado em escolinha, é daquele tipo de jogador que não tem mais, formado na rua, jogando de pé descalço. Mas precisa ser lapidado, finalizar a parte da formação dele. Com certeza, está no lugar certo — finaliza Moraes.
Léo Pereira
Pertencente ao Ituano, o atacante de 20 anos chegou por empréstimo até dezembro de 2021. No início deste ano, disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior com o Corinthians, que acabou eliminado na semifinal pelo Inter.
— Ele tem características de atacante de lado, muita velocidade e intensidade. É um jogador que, na minha avaliação, precisa de espaço para jogar seu melhor potencial — sentencia Osmar Loss, atual coordenador das categorias de base do Corinthians.
Thayllon
Com apenas 18 anos de idade, o ponta já figurava no elenco profissional do São José. Disputou Gauchão, Copa do Brasil e Série C neste ano. Ele também chega cedido por empréstimo até dezembro do ano que vem.
— Quando eu assumi o time, eu o coloquei como titular nos primeiros três jogos que tivemos e ele nos ajudou bastante — destaca Éverton Vanoni, que atuou como treinador no Passo D'Areia até setembro. — É formado na base do São José e tem características muito semelhantes aos jogadores que o Grêmio possui pelo lado de campo. Obviamente, com um nível de maturação e poder de decisão diferente. É um jogador que consegue alternar o ritmo, tanto recebendo a bola como atacando os espaços. Tem como forte o um contra um, é muito agressivo e sempre dribla procurando o gol e a finalização. Ele tem muito potencial para crescer no Grêmio. Torço que ele se dê bem nessa caminhada e que ele possa dar muitas alegrias aos torcedores, porque com certeza ele vai ajudar bastante — acrescentou.
Wesley
Gaúcho de Santa Cruz do Sul, o zagueiro de 20 anos foi revelado pelo Figueirense. Antes de assinar um empréstimo com o Grêmio até o final de 2021, o atleta defendeu o Athletico-PR, mas não conseguiu ganhar muitas oportunidades na disputa do campeonato estadual.
— É um zagueiro com bom biotipo, pouca força física, mas excelente qualidade técnica, principalmente no que se refere a passe e construção de jogo. Tem velocidade de regular para boa. Não é um zagueiro de imposição, mas sim construtor. Se o Grêmio procura um zagueiro para construir o jogo desde trás, acertou na mosca — avalia Felipe Gil, executivo do Brasil-Pel, que trabalhou com o jovem defensor em Santa Catarina.
