O Grêmio não vive bom momento no Brasileirão. Atualmente, ocupa a 14ª colocação na tabela, com 17 pontos, tendo vencido apenas três jogos em 14 partidas já disputadas pela competição (tem um jogo atrasado, contra o Goiás). Apesar de Renato Portaluppi ter dito que o Tricolor iria decolar até a 15ª rodada, o time ainda não conseguiu ter uma sequência de vitórias.
GZH consultou colunistas para saber quem é o culpado pelo mau momento do Grêmio na temporada. Confira:
Diogo Olivier
A temporada. É uma temporada muito atípica, todos os clubes do Brasil já passaram por um período de crise. O Inter teve um setembro terrível, o Atlético-MG foi eliminado pelo Afogados na Copa do Brasil, a gente vai ter muitos clubes que vão estar mal agora e ali adiante vão estar bem e o contrário. É uma temporada de oscilação, mas para não te deixar sem resposta.
Objetivamente, se eu tivesse que eleger um culpado seria a preparação física. O Grêmio tem força de menos em uma temporada que já é prejudicada pela questão física. Então, tem um ano que a questão física muito grave em virtude da pandemia e aí tu tem um time que não está bem preparado, isso interfere em tudo, mais lesões, em não conseguir fechar espaços. A preparação física diminui todas as outras escolhas do técnico, escalação, modelo tática. Não adianta, se tu não consegue correr, não consegue desempenhar todo o resto.
José Alberto Andrade
Não há culpados na má fase do Grêmio. O que o time enfrenta é uma curva decrescente de desempenho de um trabalho de alto nível desempenhado por Renato. Isto é natural, apesar de ser dificílimo de explicar ao torcedor. O elenco perdeu em qualidade. Há jogadores fundamentais que também estão na descendente física inerente à idade. Há uma busca de novas peças que precisam se adequar às carências técnicas e ao orçamento do clube e esta equação nem sempre fecha. Neste cenário, qualquer equívoco cometido pelo treinador, erro de jogador ou frustração numa medida da diretoria adquire um tamanho muito maior.
Luciano Périco
Seria injusto indicar um culpado específico. Cada parte do contexto gremista tem sua parcela de contribuição para as coisas não estarem no prumo. Claro que a culpa sempre recai nas costas do treinador, que está na linha de tiro. Mas precisamos pontuar que Renato Portaluppi, apesar dos problemas de lesões e da maratona de jogos, que realmente complicam a vida do treinador, vem tendo escolhas contestáveis para escalar o time. Insistir em jogadores que estão em má fase ou que não dão resposta é um erro. Por vezes, teimosia.
Por exemplo: Cortez e Thaciano para começar o jogo em Santos, não foram as melhores alternativas. Qual a razão para não dar continuidade a Diogo Barbosa, depois dele ter sido o melhor jogador em campo contra o Coritiba? Por que arquivar os guris Darlan e Rodrigues, para apostar em quem dá uma resposta inferior? Porque sacar Lucas Silva, que era o jogador do meio-campo mais lúcido contra o Coxa no domingo? É visível que Robinho ainda tem uma produção aquém da necessidade. Não é solução.
Os dirigentes também tem a sua parcela de culpa no momento de instabilidade. É visível a dificuldade física do time do Grêmio. Quem contrata e demite preparador físico são os dirigentes. Já passou o tempo para corrigir o problema, criado na pré-temporada. No processo natural de renovação do time, eles precisam se mexer para trazer reforços que supram as claras carências que Renato acaba sentindo na pele durante as partidas. E por fim, como disse Maicon na saída de campo em Santos, os jogadores precisam ter atitude, tendo a consciência de que a equipe está muito abaixo do que pode.