Os mistérios sempre fizeram parte dos 117 anos de história do Gre-Nal, que, nesta quarta-feira (23), chegará a sua 427ª edição. O jogo mais peculiar e aguardado pelos gaúchos ganhou força e se tornou uma disputa de repercussão mundial, ainda mais quando se trata de uma partida válida por uma competição continental, como a Libertadores.
Na próxima quarta, no Beira-Rio, a liderança colorada no Grupo E do torneio e a invencibilidade tricolor de nove jogos no clássico são alguns dos torféus que estarão em disputa. E, para valorizar ainda mais o confronto, saber a escalação do rival também é uma espécie de prêmio disputado nos bastidores.
Com vários jogadores no departamento médico, o técnico Renato Portaluppi, do Grêmio, tratou de alimentar ainda mais o tema. Afinal, quem disputou 37 clássicos como jogador e treinador tem um bom conhecimento de causa.
— Dei uma ordem ao departamento médico: não sai mais notícia de qualquer jogador. Escalação vai ser só 45 minutos antes do jogo — disse ele, após o empate com o Palmeiras.
As dúvidas gremistas para esta quarta são: Pedro Geromel, Kannemann, Maicon, Jean Pyerre e Pepê, todos com problemas musculares; e Everton, que teve sintomas de gripe antes da viagem para o Chile na semana passada. Dos seis, os cinco primeiros são titulares absolutos da equipe, o que levou Renato a dizer que "estamos com 90% do nosso time do departamento médico".
O Grêmio volta a treinar na tarde desta segunda-feira (21) e, com o acesso restrito aos treinamentos por conta dos protocolos de prevenção à covid-19, estas dúvidas deverão ser levadas até uma hora antes da partida.
Como mistério faz parte do Gre-Nal, GZH lembra cinco momentos em que Renato Portaluppi também manteve dúvidas quanto ao time que utilizaria.
O Grêmio chegou ao Gre-Nal da última rodada do segundo turno do Gauchão precisando derrotar o Inter para se classificar às quartas de final. Antes da partida disputada no Beira-Rio, Renato tinha quatro mistérios no time: Arthur ainda se recuperava da cirurgia realizada depois de romper os ligamentos do tornozelo esquerdo na final da Libertadores; Luan tinha um problema muscular e ainda passaria por exame de imagem; Jael havia lesionado o ombro direito em um jogo-treino contra o Aimoré; e Maicosuel havia sofrido uma pancada no tornozelo direito em uma dividida contra o mesmo adversário.
Dos quatro, Luan e Jael foram titulares, e o ex-camisa 7 gremista foi decisivo ao marcar os dois gols da vitória gremista por 2 a 1. Arthur ficou no banco, e Maicosuel foi vetado pelos médicos. Na sequência, o Tricolor eliminou o rival e partiu para a conquista do título estadual.
O clássico disputado na Arena era válido pelo primeiro turno do Brasileirão. Para este confronto, as dúvidas recaíam sobre o substituo de Ramiro, que estava suspenso, e Léo Moura, que não havia treinado por sofrer com dores musculares. Alisson, Cícero e Jailson disputavam a vaga no meio, enquanto Madson e Leonardo Gomes, a lateral direita. Com Alisson e Madson, o Grêmio dominou a partida que terminou empatada e com reclamações contra a arbitragem.
O último Gre-Nal de 2018 foi válido pelo segundo turno do Brasileirão, e o Inter disputava a liderança com o São Paulo, enquanto o Grêmio buscava permanecer no G-4 e se aproximar dos líderes. Para o jogo no Beira-Rio, Maicon (lesão na coxa esquerda) e Jael (problema no joelho direito) eram os problemas gremistas, e Thaciano e Matheus Henrique disputavam a vaga no meio-campo, enquanto e André era o mais cotado para o ataque.
Thaciano e André entraram em campo no clássico vencido pelo Inter, gol de Edenilson. Esta, aliás, é a mais recente derrota gremista em clássicos.
Em busca do bicampeonato gaúcho, o Grêmio teve o maior rival como adversário na decisão. Para o primeiro confronto, no Beira-Rio, a grande questão era saber quem atuaria na linha de três, pelo lado direito do campo. Após a saída de Ramiro, para o Corinthians, a vaga estava aberta e os candidatos eram Diego Tardelli, Marinho, Montoya, Pepê, Thaciano e Alisson.
Mesmo com o recém contratado Tardelli sendo o mais cotado, Renato escalou Alisson e o empate em 0 a 0 deixou a disputa pelo título aberta para o segundo jogo, que seria ganho pelo Grêmio, nos pênaltis, três dias depois.
No primeiro Gre-Nal da história da Libertadores, que ficou marcado por uma pancadaria entre os jogadores e que terminou com oito expulsões, Kannemann era o mistério tricolor. O zagueiro havia se lesionado no 30 de janeiro, diante do São José, e precisou passar por cirurgia. Apesar da expectativa pela volta, ele sequer foi relacionado e foi substituído por David Braz.