Se uma vitória no Brasileirão poderia melhorar o ambiente do Grêmio antes do Gre-Nal pela Libertadores, o resultado contra o Palmeiras só não piora tudo pela forma que ocorreu. Pelo Brasileirão, o time de Renato Portaluppi conseguiu um empate nos acréscimos e ficou no 1 a 1 com a equipe de Vanderlei Luxemburgo. Apesar do ponto, a equipe estaciona longe do topo da tabela e não retira a pressão para o clássico de quarta-feira.
Pressão, ao menos, externa. Torcedores e analistas que têm criticado o desempenho vão contra o que pensa Renato Portaluppi. O treinador voltou a insistir que não há problemas em seu time.
— Aqui não tem pressão, isso é só de fora. O que falta é uma sequência de vitórias — declarou Renato, que completou: — O pior momento do Grêmio está na cabeça de vocês, até porque vocês estavam acostumados a ver o Grêmio ganhar sempre. Em uma sequência de cinco partidas, vencíamos três, empatávamos uma ou alguma coisa assim.
Mesmo afirmando não lamentar as ausências, Renato lamentou as ausências:
— As pessoas precisam entender que estamos com 90% do nosso time do departamento médico. Mas não estou me queixando, quero exaltar o grupo. Dos 24 concentrados, 12 eram da base.
A rigor, não é bem 90% do time no DM, ao menos numericamente. Pode até ser uma interpretação do treinador pela importância dos jogadores. Quem ainda não atuou: Geromel, Kannemann, Maicon, Jean Pyerre e Pepê, todos com problemas musculares. Everton teve sintomas de gripe antes da viagem para o Chile na semana passada. Maicon e Jean Pyerre não devem estar aptos. No caso de Geromel, a lesão foi na quarta-feira. Pepê e Kannemann podem aparecer. Mas certeza, mesmo, não haverá.
— Dei uma ordem ao departamento médico: não sai mais notícia de qualquer jogador. Escalação vai ser só 45 minutos antes do jogo — avisou Renato.
Desfalques à parte, o Gre-Nal pode repetir a ideia apresentada diante do Palmeiras. O time escalado no 4-1-4-1, com um tripé de volantes, posicionado mais à frente da defesa, foi elogiado pelo treinador por ter segurado o time de Luxemburgo. Esse modelo já havia sido usado no início do ano, inclusive no clássico do primeiro turno da Libertadores, mas foi abandonado após a volta do futebol.
Quem pode aparecer é Ferreira. Autor do gol do empate, o atacante voltou a marcar e se candidatou a ter sequência na equipe.
— Fiquei muito tempo sem jogar, antes da (parada por conta da) pandemia não vinha jogando. Contra o Fortaleza, foram cinco minutos, na Libertadores foram uns 30 minutos. Agora tive a oportunidade de entrar de novo. Estou sem ritmo de jogo, vinha treinando. Aos poucos, vamos voltando a ter condicionamento. Para mim foi difícil, é um alívio. Agora é pensar no próximo jogo — comentou o atacante.
De segunda até quarta, o Grêmio vai ser mistério e corrida contra o tempo para recuperar seus jogadores. O Gre-Nal vale, além da manutenção da invencibilidade recente diante do rival, uma tranquilidade maior para buscar uma vaga nas oitavas de final da Libertadores.